Baterias usadas do Nissan Leaf ganham nova vida no Teatro Camões

06/02/2019

Francisco Carranza, Diretor de Serviços de Energia Nissan Europa e Antonio Melica, Diretor-geral Nissan Portugal / Foto de Paulo Calisto
Sistema xStorage, da Nissan, que recorre a baterias usadas do Leaf, utilizado no estádio ArenA de Amesterdão será implementado no Teatro Camões, no Parque das Nações

A Nissan assinou, hoje, na 3.ª edição do fórum da Mobilidade Inteligente, o protocolo que prevê a implementação do sistema xStorage no Teatro Camões, na Expo, tornando o edifício sustentável e autónomo, através da produção, armazenamento e gestão da própria energia elétrica. O projeto agora anunciado pelo diretor-geral da Nissan em Portugal, Antonio Melica, durante o evento realizado na própria infraestrutura, é idêntico ao utilizado, desde 2018, pelo estádio ArenaA de Amesterdão, recorrendo, para o efeito, a baterias usadas do Nissan Leaf.

A implementação do sistema xStorage faz parte dos três pilares estratégicos da Nissan: energia inteligente, condução inteligente e integração inteligente. Neste último ponto, através da parceria celebrada, em 2017, com a Opart (Organismo de Produção Artística) e entidade pública que gere ainda o Teatro S. Carlos e a Companhia Nacional de Bailado. “Temos objetivos comuns. Ambos pretendemos ter uma imagem limpa e acreditamos na sustentabilidade ambiental”, adiantou Antonio Melica ao Motor 24/Dinheiro Vivo. Com a introdução deste sistema, o edifício passará a abastecer veículos e estes a fornecerem energia a outras casas. “Um exemplo de economia circular”, acrescentou. “Utilizaremos baterias de lítio de segunda vida para armazenar e gerir de forma sustentável toda a energia do Teatro Camões, da mesma forma que fazemos no ArenA de Amesterdão, mas a uma escala reduzida”, explicou o responsável, deixando em aberto a possibilidade de, no futuro, aplicar o sistema em outras infraestruturas nacionais.

Francisco Carranza, diretor de Serviços de Energia da Nissan Europa, por sua vez, explicou ao Motor 24/Dinheiro Vivo que as principais dificuldades na implementação do sistema xStorage estarão relacionadas com o facto de a infraestrutura não ter sido concebida de raiz para o efeito. “Teremos de encontrar o local onde colocar o sistema, A experiência com o estádio ArenA de Amesterdão foi muito difícil. E aqui também será. O edifício terá de ser muito forte”, sublinhou. Em Amesterdão, o projeto demorou um ano. Em Lisboa, a estimativa será de dois anos.

Para Samuel Rego, do Opart, a ligação a uma marca inovadora, como a Nissan, no âmbito da sustentabilidade”, é essencial. “75% da nossa frota automóvel já é elétrica. Com este sistema queremos trazer eficiência energética ao edifício sede da Companhia Nacional de Bailado. Queremos torná-lo autossuficiente e permitir que os veículos elétricos de particulares, não apenas os da nossa frota, tenham o Teatro Camões como referência para os carregamentos”, disse.