Assumindo-se como um ‘dois em um’, o novo CLE serve de coupé, em simultâneo, para as gamas do Classe C e do Classe E, indo buscar influências a ambos os modelos. O estilo dinâmico é cartão de visita, mas o reforço imprescindível da eletrificação também não fica atrás.

Ao substituir dois modelos de uma assentada, o Mercedes-Benz CLE estabelece-se como o coupé ‘de serviço’ para as gamas Classe C e Classe E, com os quais partilha uma série de componentes, com o resultado a ser um automóvel distinto e bem concebido.

A aparência é mesmo um dos atributos fortes deste coupé com dianteira baixa denominada ‘shark nose’ pela marca alemã, aliada a grupos óticos Full LED que podem receber tecnologia Digital Light de matriz LED. Mas, sendo um modelo de duas portas, é a linha de tejadilho a fluir para a tampa da bagageira encurtada que se demarca, dando-lhe um visual mais desportivo e, simultaneamente, elegante.

As dimensões colocam-no mais perto do Classe E, com 4850 mm de comprimento e 2865 mm de distância entre eixos, o que ajuda a obter um espaço a bordo que é bastante interessante para quatro ocupantes (o CLE é um 2+2 na lotação), mesmo na distância do assento traseiro ao tejadilho. Os bancos dianteiros desportivos são específicos deste CLE Coupé, podendo ser aquecidos, ventilados e com massagem. Integrados nos encostos de cabeça estão altifalantes para o sistema de som premium Burmester 3D (17 altifalantes) para efeito Dolby Atmos. A bagageira, com 420 litros, também é um bom atributo, mesmo que o ‘lábio’ de carga seja elevado.

Ainda no interior, a filosofia geral é bastante aproximada daquilo que se pode encontrar no Classe C, nomeadamente com a nova geração do sistema MBUX que combina o painel de instrumentos configurável de 12.3” com o ecrã tátil de 11.9” para o sistema de infoentretenimento, bastante moderno e muito mais avançado, sobretudo na conectividade. Neste aspeto, graças à tecnologia 5G integrada, pode englobar diversas aplicações de terceiros como Spotify, Apple Music, TikTok, Angry Birds ou, para reuniões de trabalho – e não só – Zoom e Webex.

A marca destaca, também a possibilidade de poder criar rotinas, ou seja, hábitos que o próprio veículo adquire a partir da utilização pelo condutor (por exemplo, ajustar a temperatura interior ou telefonar para alguém à mesma hora). Único reparo? A maior quantidade de plásticos duros presentes na área inferior do habitáculo: mesmo se a aparência é bastante boa, o posicionamento de gama merecia um pouco mais de cuidado.

Motores eletrificados

A gama de motores compreende uma oferta abrangente que integra opções a gasolina, Diesel e híbrida plug-in (PHEV), sendo o reforço da eletrificação uma característica transversal a todas as versões, ainda que em moldes diferentes. Disponíveis, desde já, estão as versões CLE 200 com motor 2.0 turbo de quatro cilindros a gasolina com 204 CV e CLE 220 d com motor 2.0 turbodiesel de 200 CV de potência e 440 Nm de binário, sendo que outros mercados terão versões mais potentes, como a CLE 300 4MATIC com motor de seis cilindros a gasolina, que não estão previstas para comercialização em Portugal.

Também já com lista de encomendas aberta está a variante AMG 53 4MATIC+ de aptidões mais desportivas com 449 CV de potência e 560 Nm de binário máximo (podendo ascender aos 600 Nm durante dez segundos). Todos estes motores beneficiam de tecnologia mild hybrid com motor de arranque/alternador integrado (ISG) de 48 V, o qual fornece apoio em baixas velocidades e permite poupar combustível ao melhorar o efeito do sistema start-stop, por exemplo, debitando agora 17 kW/23 CV de potência e 200 Nm de binário suplementares. Característica também comum é a caixa automática de nove velocidades que permite tirar total partido do sistema mild hybrid.

A primeira experiência com a condução do novo CLE Coupé surgiu ao volante das versões 300 4MATIC e 220 d, sendo que, atendendo à não comercialização do primeiro, ganha maior relevância este último, que revela uma excelente sobriedade de rolamento e um carácter bastante refinado, com suspensão muito bem calibrada e capaz de proporcionar um controlo direcional muito elevado sem prejudicar o conforto, que também está em muito bom nível.

O motor 2.0 turbodiesel coloca ao dispor do condutor os seus atributos de ímpeto numa ampla faixa de rotações e uma ótima suavidade de funcionamento, revelando prestações muito eficazes com consumos moderados, na fronteira entre os 5,0 e os 6,0 l/100 km. Com modos de condução capazes de alterar o funcionamento de diferentes parâmetros do chassis – como a resposta do grupo motriz e da direção –, o CLE afirma-se como um coupé muito refinado e próximo do Classe E no comportamento.

Tecnicamente, destaque para a suspensão de série rebaixada em 15 mm e ainda para o facto de o CLE Coupé poder também incorporar o eixo traseiro direcional que vira as rodas traseiras até 2,5º para auxiliar nas manobras ou na estabilidade a alta velocidade.

Para a primavera de 2024 está prevista a chegada da versão CLE 300e com sistema híbrido plug-in que junta motor a gasolina de 204 CV (o mesmo do CLE 200) com um motor elétrico de 129 CV, com autonomia elétrica anunciada superior a 100 quilómetros. A variante Cabriolet chegará também na segunda metade do ano.

Os preços da gama CLE arrancam nos 61.800€ na versão CLE 200 e nos 64.800€ do CLE 220 d.

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