Alvo de críticas pela sua decisão de cobrar por funcionalidades como o aquecimento dos bancos a bordo dos seus automóveis, a BMW anunciou que colocou um ponto final neste tipo de subscrição, em que os sistemas já se encontram embutidos nos próprios veículos. Mas não anula a sua ambição de cobrar por outras funcionalidades e serviços, sobretudo em termos de conectividade.

No ano passado, a divisão americana da BMW pôs em prática a ideia de taxar algumas funcionalidades dos seus veículos, como o caso dos bancos aquecidos, obrigando assim quem quisesse ter aquele sistema a pagar uma quantia mensalmente para o efeito.

Entre as críticas, muitos apontaram também o facto de o sistema já estar embutido no veículo desde o momento da produção, pelo que constituía um passo atrás na sustentabilidade, já que os clientes poderiam não usá-lo e, mesmo assim, carregar o peso suplementar do sistema.

Em declarações à Autocar, o responsável da BMW pela área da Venda e Marketing, Pieter Nota, clarificou a posição da marca alemã, admitindo que a estratégia seria abandonada nos moldes anteriores, sobretudo quando os sistemas já se encontram – desde a produção – incluídos no veículo. E aponta como justificação a “fraca aceitação dos clientes”.

“Estamos a focar-nos em funcionalidades ‘on demand’ no software e produtos relacionados com serviços, como são os casos de assistentes de condução e assistentes de estacionamento, que podem adicionar após a compra do carro, ou para certas funcionalidades que exijam transmissões de dados e que os consumidores estejam habituados a pagar”, é citado Nota no site da publicação britânica.

“Aquilo que já não fazemos – e é um exemplo bem conhecido – é oferecer bancos aquecidos desta forma. Ou está ou não está [no carro]. Oferecemo-lo de fábrica e, ou está instalado ou não está. Pensámos que estaríamos a fornecer um serviço suplementar ao cliente ao oferecer a possibilidade de o ativar depois, mas a aceitação não foi assim tão alta. As pessoas sentem que pagaram a duplicar – o que na verdade não está certo, mas eu sempre digo que a perceção é a realidade. Essa foi a razão por que parámos”, acrescentou.

A solução de cobrar por funções básicas em termos de equipamento como os bancos aquecidos acabou também por gerar algumas piadas por parte de outros construtores, como a Dacia, que no seu espírito irreverente pôs em prática uma campanha que dava a hipótese aos condutores de outros carros de irem a um concessionário da marca romena para receberem uma botija de água quente