O mais recente duo de Ferrari 812 Competizione – em coupé e targa com tejadilho amovível em fibra de carbono – continua a tradição dos motores V12 atmosféricos na marca de Maranello, mas os próximos anos poderão trazer consigo o ocaso daqueles blocos em virtude não só dos regulamentos de emissões mais restritos, mas também das próprias proibições de vendas de modelos com motor de combustão que alguns países já anunciaram.

Na conferência de imprensa dos novos desportivos de edição limitada, na qual o Motor24 esteve presente digitalmente, Enrico Galliera, Diretor de Marketing e da Área Comercial da Ferrari, foi interrogado sobre o tema e garantiu que se está a trabalhar para manter este bloco.

“Todos querem saber do futuro, mas geralmente falamos do que fazemos hoje. O V12 atmosférico faz parte da história da Ferrari e é o coração da marca. Por isso, o que estamos a fazer e foi o que fizemos com este modelo, é tentar encontrar maneiras de manter o motor vivo. Mas também estamos a preparar-nos para novos métodos de motores”, explicou, dando exemplos de como a marca está a trabalhar neste momento.

“Sabemos como produzir V12 atmosféricos como veem aqui, sabemos como produzir os V8 turbo como no F8 e sabemos produzir híbridos como o SF90 Stradale… sabemos como nos preparar para o futuro. Temos as tecnologias para decidir qual será a melhor opção para o futuro”, afiançou aquele responsável.

Uma das possibilidades para estender a vida dos motores extremos como os V12 passará pela adoção de combustíveis sintéticos, com Michael Leiters, Diretor Técnico da marca, a revelar que está a ser feito um trabalho profundo com a Shell, enquanto parceira de longa data, com vista ao potencial dos combustíveis sintéticos. “Já está numa fase muito adiantada de desenvolvimento”, garante.

Quanto à hipótese de vir a incrementar ainda mais a potência oferecida pelo bloco V12, Leiters admite que será possível, mas admite desafios. “Eu diria que estamos confiantes de que também poderemos aumentar alguns patamares a este motor. Mas, se de um lado está o motor, do outro estão os regulamentos, que estão em contrassenso com a nossa ambição. Por isso temos de fazer muita pesquisa e desenvolvimento sobre o tema”, explica.

O que já está praticamente assegurado é que o primeiro Ferrari elétrico chegará em 2025, sendo o primeiro modelo da companhia a descartar os motores de combustão, mas, mesmo que a transição para a eletrificação seja quase obrigatória, a marca poderá encontrar formas de perpetuar os seus blocos V12 e não só através de versões especiais para circuito, como a Aston Martin já anunciou recentemente. A marca britânica apontou que dos seus desportivos para o futuro, cerca de 5% permanecerá com motores de combustão, mas para utilização exclusiva em circuito.

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