Um dos modelos mais emblemáticos do mercado europeu, o Volkswagen Golf, poderá estar ameaçado em virtude da tendência acelerada de eletrificação. Com a marca alemã a apostar seriamente na transição para as motorizações 100% elétricas e com a família ID de modelos a eletrão em rápida expansão, o compacto familiar poderá não conhecer um sucessor direto.

Em entrevista ao site alemão Welt.de, o recém-apontado CEO da marca, Thomas Schäfer, explicou que ainda nada está decidido quanto à continuidade da denominação Golf, apontando como razão o elevado custo de desenvolvimento de motorizações de combustão interna numa fase em que as normas de emissões poluentes na Europa irão apertar e tornar o seu desenvolvimento muito mais oneroso (refletindo o preço no valor a pagar pelos consumidores).

Apontando que uma decisão sobre a sobrevivência do Golf será tomada dentro de 12 meses, Schäfer explicou que “teremos de ver se vale a pena desenvolver um novo veículo que não vá durar [o ciclo de vida de] sete ou oito anos completos”. Ou seja, potencialmente, a chegada de um novo Golf poderia ser cancelada em virtude de uma existência no mercado de apenas três ou quatro anos, algo que, em termos empresariais, fará pouco sentido a um grupo como o Volkswagen.

Para já, de forma mais imediata, o Golf de oitava geração está prestes a receber uma atualização de meio de ciclo. Lançado em 2019 (então com apresentação internacional no Porto), o compacto apresentou uma elevada vertente de digitalização e também versões plug-in híbridas para maior eficiência.

A chegada da norma Euro 7 de emissões poluentes (previsivelmente, em 2025 ou 2026) tornará o custo dos motores de combustão mais elevado em cerca de 3000 a 5000€, devido à necessidade de implementação de novas medidas para conter as emissões nestes automóveis.

Os pequenos automóveis de entrada de gama a gasolina estarão assim em risco, com os elétricos a assumir-se como a melhor solução para uma mobilidade acessível, uma vez que os custos de desenvolvimento destes diminuem na proporção inversa. Sabe-se que no Grupo Volkswagen está já em desenvolvimento uma gama de elétricos de custo mais acessível, com a CUPRA a trabalhar na sua evolução para as marcas Skoda e Volkswagen, com base numa versão encurtada da plataforma elétrica MEB.

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