Aceitando a aceleração da imposição de medidas casa vez mais restritivas em cidade para a circulação de veículos, a Renault entende que apenas pode responder com inovação, entrando aqui em cena a mais-valia da eletrificação. Se o novo ZOE e o futuro Twingo Z.E. são duas das respostas, a marca francesa aponta ainda a hibridação como solução muito válida. Aliás, para a Renault, os híbridos são incontornáveis num contexto em que se espera uma redução de cerca de 37% nas emissões de CO2 entre 2020 e 2030.
É aqui que entram os modelos híbridos, que no caso da Renault pretendem abarcar diferentes soluções para diferentes necessidades num mercado que está claramente a aceitar esta tecnologia como forma de reduzir a pegada ambiental do setor dos transportes rodoviários. Aliás, em termos de mercado nacional, muito marcado pela pandemia de Covid-19, apenas o setor dos eletrificados tem resistido melhor, com híbridos ‘puros’, híbridos Plug-in e elétricos a representarem 18% do mercado – 6% cada. Uma prestação em contraciclo com o comportamento do mercado geral, que caiu cerca de 50%.
Jogo das diferenças
No desenvolvimento desta tecnologia E-Tech, a Renault levou em conta os muitos ensinamentos da Fórmula 1, modalidade na qual compete com um V6 híbrido, mas também com os muitos ensinamentos obtidos nos anos de venda do ZOE.
Porém, se a intenção é diferenciada, os componentes técnicos são os mesmos. O sistema elétrico-híbrido é composto por três componentes: caixa de velocidades e dois motores elétricos. É na caixa de velocidades que está uma grande parte do trabalho, com muitas das 150 registadas pela Renault a derivarem daí. Com carretos direitos mas sem sincronizador mecânico ou embraiagem, a caixa permite 15 modos diferentes de condução consoante o regime de motor e as necessidades de cada momento.
Entre os benefícios desta solução, aponta a Renault, está a maior suavidade (eliminando-se as fricções mecânicas), o aumento da capacidade de regeneração e o funcionamento semelhante ao de uma caixa de velocidades convencional. Na equação há ainda dois motores elétricos: o principal, que garante arranque sempre em modo EV e que serve de motor de tração e o segundo, que funciona como motor de arranque e de gerador de energia e de sincronização de caixa.
Há ainda que contar com um mesmo motor de combustão interna, de 1.6 litros atmosférico desenvolvido de raiz para funcionar em sistema elétrico: entre os seus desenvolvimentos estão tecnologias como a injeção dupla ou filtro de partículas.
Depois, há diferença fundamental na capacidade da bateria (modular) que é utilizada em cada um dos automóveis. No Clio é usada uma unidade de 1.2 kWh (componentes da Hitachi) e no Captur e Mégane uma bateria de 9.8 kWh (componentes da LG), variando também a potência combinada – 140 CV ou 160 CV. Nestes dois, o peso acrescido face a um modelo convencional é de 200 kg. Captur e Mégane passam também a dispor de suspensão traseira multibraços.
Há sete anos que o Clio é o carro mais vendido em Portugal, pelo que a Renault deposita grande esperança neste sistema para o seu utiliário de segmento B. A marca presume que durante a condução em cidade e graças à eficácia da regeneração, possa despender até 80% do seu tempo em modo elétrico. No total, aponta para um consumo médio de 4,3 l/100 km e emissões de CO2 de 96 g/km, valor que torna este modelo muito poupado, mas com prestações velozes. No modo híbrido, o motor de combustão também alimenta a bateria.
Ao mesmo tempo, não tem constrangimentos na habitabilidade ou na bagageira, com 300 litros. Se as diferenças estéticas não são muitas, limitando-se a pequenos apontamentos em azul e logótipos específicos – a Renault frisa que não quer mudar a aparência dos seus carros -, por dentro conta com um painel de instrumentos diferente, dispondo de um medidor de carga da bateria do lado esquerdo, além de poder mostrar também o fluxo de energia na painel de instrumentos.
Na consola central, o sistema Easy Link também tem painel dedicado, ao passo que o ‘Multi Sense’ permite três modos: Eco (que dá primazia à condução ecológica e ao motor elétrico), Sport e My Sense (personalizável). Há ainda uma tecla ‘EV’, que força condução em modo 100% elétrico desde que a carga da bateria assim permita.
No lançamento haverá versão limitada a 65 unidades.
No caso do Captur e Mégane, a potência disponível é de 160 CV, com uma bateria de 9.8 kWh, com uma média de emissões de 32 g/ km de CO2 e consumo médio de 1,4 l/100 km. A autonomia em modo elétrico pode chegar aos 65 quilómetros em cidade ou 50 quilómetros combinado. Em modo elétrico, a velocidade máxima é de 135 km/h com uma autonomia, se for a essa velocidade, de 50 quilómetros.
Tal como no Clio não se altera nada no interior, mantendo o Captur o deslizamento dos bancos traseiros de 16 cm, o que permite bagageira de 557 litros, com compartimento debaixo da mala para guardar os cabos. O painel de instrumentos é também específico, o mesmo se aplicando ao sistema Easy Link.
Numa nota interessante para as cores portuguesas, o diferencial da caixa de velocidades destes E-Tech é feito em Cacia, sendo esta a primeira grande contribuição da fábrica para a eletrificaçao no Grupo Renault.
Contrariamente ao Clio E-Tech, o Captur e Mégane passam a ter um modo de condução ‘Pure’ no Multi Sense, sendo este um modo que força o modo elétrico, juntando-se aos Sport e My Sense (personalizável). Além disso, há ainda um botão EV dedicado que tem o mesmo efeito para o modo ‘Pure’.
Haverá ainda uma aplicação de smartphone para acesso remoto a funcionalidades como o estado da bateria ou ao sistema Easy Link.
A refrigeração da bateria é feita de forma líquida no caso do modelos com unidades de 9.8 kWh e a ar no Clio.
No lançamento, também o Captur terá uma série limitada a 50 unidades com diverso equipamento especial.
Relativamente ao Mégane E-Tech, que tem por base uma renovação de gama que integra, por exemplos, novos faróis LED, instrumentação de 10.2 polegadas, ecrã central de 9.3 polegadas e panóplia de sistemas de segurança, a potência é também de 160 CV, mas as emissões são de 28 g/km de CO2 e consumo médio de 1,3 l/100 km (a diferença face ao Captur deve-se unicamente à aerodinâmica), aceitando os mesmos 65 quilómetros de autonomia elétrica em cidade.
Com 447 litros de bagageira no caso da Sport Tourer, a gama híbrida Plug-in do Mégane vai crescer no início de 2021 com a chegada de versão berlina. Noutra nota, o nível de equipamento GT Line passa a ser RS Line.
PREÇOS
CLIO E-TECH HÍBRIDO 140
Intens: 23.200€
RS Line: 25.300€
Exclusive: 25.800€
EDITION ONE: 26.900€
INITIALE PARIS: 28.800€CAPTUR E-TECH HÍBRIDO PLUG-IN 160
Exclusive: 33.590€
EDITION ONE: 33.590€
INITIALE PARIS: 36.590€MÉGANE E-TECH HÍBRIDO PLUG-IN 160
Zen: 36.350€
Intens: 37.750€
RS Line: 39.750€
Renault E-Tech: A técnica por detrás da inovadora tecnologia híbrida de dois tipos
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