A Porsche será uma das marcas afetadas pela entrada em vigor de uma nova regulação de cibersegurança a partir de 1 de julho de 2024, com as vendas do Macan a combustão a terminarem nesse momento em solo europeu.

De acordo com a nova regulamentação (WP.29) a introduzir pela Comissão Económica das Nações Unidas (UNECE) para a Europa a 1 de julho de 2024, que abrange os assistentes de segurança, de condução autónoma e de cibersegurança, os automóveis novos têm de cumprir uma série de requisitos nas suas arquiteturas digitais de forma a garantir que estão em conformidade com as normas de segurança da região. Todos os automóveis novos terão de respeitar essa nova norma a partir de dia 1 de julho de 2024, cabendo aos construtores garantirem a correta aplicação técnica da mesma nos seus veículos.

Os novos regulamentos exigem alterações a nível de software para garantir uma maior segurança digital, mas também a introdução, por parte dos fabricantes, de processos de documentação e certificação que garantam a cibersegurança e as previsões de risco logo desde a fase de desenvolvimento.

Lançado em 2014, o Macan não foi pensado para prever esta nova norma já que a mesma ainda não tinha sido concluída, mesmo com algumas atualizações ao longo desta última década, pelo que o popular SUV compacto da marca alemã irá deixar de ser vendido na União Europeia a partir de julho de 2024.

De acordo com um esclarecimento da própria companhia, “o Macan a combustão ficará indisponível indefinidamente” com a entrada em vigor da nova norma, adiantando que a questão é independente do tipo de motor. “Isto aplica-se não só ao Macan com motor de combustão, mas a todos os modelos de todos os construtores, independentemente de serem elétricos ou com motor de combustão. Em resultado disso, espera-se que as vendas do Macan com motor de combustão interna na UE parem durante a primavera, assegurando assim que todos os veículos podem ser entregues e matriculados antes do prazo limite”.

Fora dos países da UE, os Macan com motor de combustão poderão continuar a ser vendidos, como será o caso do Reino Unido.

Quanto aos outros modelos da marca, a Porsche assegura que os 911, Panamera e Cayenne já contam com “adaptações para satisfazer a legislação vindoura e os novos requisitos de emissões já foram tidos em conta”.

Explicando o porquê de não se ter efetuado uma conversão da arquitetura digital do Macan com motor de combustão, a Porsche refere que a implementação da diretiva é bastante complicada de efetuar a posteriori. “A implementação da diretiva exige não só ajustes na implementação técnica, por exemplo, nas unidades de controlo, mas essencialmente também uma mudança aos processos de desenvolvimento. Por exemplo, os sistemas de gestão no futuro terão de ser desenvolvidos e certificados em relação à cibersegurança”, refere a marca, acrescentando que na época em que o Macan com motor de combustão foi desenvolvido ainda não eram conhecidas as normas por completo, pelo que não foram tidas em conta e fazê-lo ‘ao contrário’ não é possível.

Por fim, a Porsche garante, ainda, que não existe qualquer problema com a cibersegurança dos seus automóveis, tratando-se a nova norma da União Europeia de um processo de rastreabilidade mais exigente cujos moldes eram desconhecidos na época em que o SUV foi desenvolvido. “Não [há risco de segurança], porque para estes modelos, o assunto já tinha uma grande prioridade na Porsche. Mas os processos agora exigidos pela norma UN ECE R 155 não podiam ser implementados porque não eram ainda conhecidos e aplicáveis então”.

Importa, então, referir que esta norma poderá afetar outros modelos de maior longevidade no mercado, cuja adequação em termos de cibersegurança poderá não ser cumprida. Na Porsche trabalha-se, de igual forma, na nova geração do Macan, que será 100% elétrica e que terá por base a nova plataforma PPE, cujo desenvolvimento já teve em conta este tipo de situações.

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