A Audi revelou todos os detalhes do seu novo RS 3 – em versão de cinco portas Sportback e berlina – que voltará a confiar no motor 2.5 TFSI de 2.5 litros com 400 CV de potência, associado a sistema de tração integral quattro e ao novo ‘torque splitter’, que divide a potência entre as duas rodas do eixo traseiro permitindo até um modo ‘drift’ para brincadeiras em pista.

Procurando recolocar-se no topo dos compactos desportivos, a Audi trabalhou afincadamente no desenvolvimento da nova geração RS do A3, conferindo-lhe novos argumentos dinâmicos e técnicos que visam tornar a condução ainda mais desportiva. A marca alemã não poupou nos seus esforços e voltou a incluir o motor TFSI de cinco cilindros em linha, agora com 400 CV de potência, que se associa a um visual musculado e a uma série de elementos especiais.

Esteticamente, destaque para a grelha dianteira ‘Singleframe’ de grandes dimensões com uma ‘máscara’ à volta em preto brilhante, a par das entradas de ar de dimensões generosas. A grelha dianteira, note-se, pode ter um acabamento em preto mate para visual mais ‘furtivo’. A iluminação diurna dos faróis também tem grafismo específico, neste caso com inspiração no design de uma bandeira de xadrez, ligando-se assim ao seu ambiente das pistas. A iluminação de boas-vindas assume também um padrão específico com a denominação ‘RS 3’ em modo sequencial.

De série contará com tecnologia LED nos grupos óticos, com as versões de topo a disporem de tecnologia Matrix LED com fundo negro.

As jantes de 19 polegadas são igualmente específicas deste modelo, havendo logo após a cava da roda dianteira uma saída de ar derivada daquelas que são usadas no desporto automóvel. A saia lateral compõe o visual mais ‘racing’. Já na secção traseira, o destaque vai para o grande spoiler superior e para o para-choques específico com difusor integrado e uma grelha também única, em ambos os casos com coloração preto brilhante. As duas saídas de escape revelam o foco dinâmico do novo RS 3, que beneficia ainda de vias mais largas face ao antecessor – 33 mm no eixo dianteiro e 10 mm no traseiro.

Orquestra de cinco cilindros

A ‘estrela’ da companhia será, no entanto, o conjunto motriz, com a Audi a confiar uma vez mais no 2.5 TFSI de cinco cilindros em linha, que já venceu o troféu de ‘Motor Internacional do Ano’ por nove vezes, associado a uma caixa automática de dupla embraiagem com sete velocidades. Nesta geração, a potência foi ligeiramente incrementada para os 400 CV, enquanto o binário é agora de 500 Nm (mais 20 Nm do que o anterior), o que permite a aceleração dos zero aos 100 km/h em apenas 3,8 segundos, numa melhoria geral da vertente motriz. O binário máximo, por exemplo, está disponível até uma faixa superior, encontrando o seu limite às 5600 rpm.

A conjugar a elevada performance desta versão está a possibilidade de dispor de três limites de velocidade máxima: 250 km/h ou 280 km/h limitados ou, pela primeira vez, até aos 290 km/h de velocidade máxima com o pacote opcional ‘RS Dynamic’, que oferece outros elementos especiais vocacionados para a performance, como os discos de travão em cerâmica.

A direção progressiva RS foi também afinada a preceito para este desportivo, variando a assistência consoante a velocidade e o programa de condução escolhido no Audi drive select. Face ao S3, a carroçaria está 10 mm mais perto do solo para maior firmeza, estando a suspensão rebaixada em 25 mm face ao Audi A3 de base.

O novo RS 3 conta ainda com uma nova unidade de controlo do motor que aumenta a velocidade com que todos os componentes motrizes comunicam entre si, incrementando a rapidez de resposta dos mais diversos parâmetros. O novo sistema de controlo modular de dinâmica do veículo (mVDC) compila todos os dados dos componentes relevantes para a dinâmica lateral, assegurando que interagem de forma mais precisa e rápida. O mVDC sincroniza o ‘torque splitter’, o amortecimento adaptativo e o controlo de binário para cada roda para maior precisão.

A caixa automática de sete velocidades tem uma afinação mais desportiva com tempos de passagem entre relações encurtados.

A sequência de ignição ‘1-2-4-5-3’ proporciona uma sonoridade única que a marca quis manter, embora o sistema de escape disponha, pela primeira vez, de um ‘flap’ ajustável que permite posições intermédias para menor ou maior rouquidão do escape. Pode ser ajustado a partir do sistema de modos de condução Audi drive select, que oferecem três modos mais desportivos – o tradicional ‘Dynamic’, a que se juntam dois modos ‘RS Performance’. Para aqueles que pretendem um sistema mais especial, a Audi disponibiliza em opção um escape RS.

Para andar de lado ou muito certinho em pista

Nesta geração, a Audi estreia sistema ‘torque splitter’ no RS 3, tratando-se de uma tecnologia que substitui o diferencial do eixo traseiro e o esquema de embraiagens de discos múltiplos no eixo traseiro por um par de embraiagens multidisco de controlo eletrónico, com uma em cada semi-eixo. Dessa forma, o RS 3 consegue dividir o nível de binário entregue a cada uma das rodas do eixo traseiro de forma independente, podendo melhorar a precisão em curva ao entregar mais potência à roda exterior em curva, ou, por outro lado, entregar a quase totalidade da potência à roda traseira exterior, para assim possibilitar modo ‘drift’ como um automóvel de tração traseira – o modo ‘RS Torque Rear’. Neste caso, pode entregar até brutais 1750 Nm a uma roda de forma independente.

Naturalmente, os engenheiros da Audi também trabalharam noutros aspetos do chassis, como na suspensão RS desportiva, com camber mais pronunciado para melhorar a prestação em curva. A suspensão de base dispõe de novos amortecedores e um novo sistema de válvulas, criados especificamente para o RS 3, respondendo de forma mais rápida e eficaz à compressão e distensão da suspensão.

Opcionalmente, a marca disponibiliza uma suspensão desportiva RS plus com amortecimento adaptativo que avalia e ajusta individualmente o amortecimento de cada roda às condições da estrada, situação de condução e com o modo de condução Audi drive select.

Por outro lado, há novos braços inferiores da suspensão, bem como novas barras estabilizadoras e novos sub-chassis nos dois eixos de forma a incrementar a rigidez estrutural.

Apesar de ser um modelo vincadamente focado no lado desportivo, o RS 3 de nova geração não ignora a eficiência e tem a possibilidade de rodar à ‘vela’, poupando combustível no modo ‘Efficiency’ do Audi drive select, naquela que é uma estreia neste modelo.

a carregar vídeo

Interior de cariz ‘racing’

A bordo, a ideia foi oferecer um ambiente mais ligado às pistas, com muitos elementos próprios da linha RS. O condutor tem à sua frente um painel digital de 12.3 polegadas (Audi virtual cockpit plus), que surge de série e que apresenta diferentes informações consoante o modo escolhido. Por exemplo, opcionalmente, o conta-rotações é apresentado como uma espécie de pista de descolagem (‘RS Runway’). O sistema Audi virtual cockpit plus oferece ainda visualizações de forças de gravidade, tempos por volta e aceleração dos zero aos 100 km/h e dos zero aos 200 km/h, entre outros dados. Há também uma luz indicadora para subida de mudança no caso de transmissão manual – de verde para amarelo até vermelho – como num modelo de competição. Uma vez mais, os dois mundos a darem mãos. Disponível está também o ‘head-up display’ para apresentação das informações diretamente à frente do condutor.

Ao centro está um ecrã tátil de 10.1” com tecnologia ‘RS Monitor’ que apresenta diversas informações relativas a temperaturas de óleo e do motor, por exemplo. O tablier apresenta diferentes elementos em fibra de carbono, com uma aposta em revestimentos de Alcantara ou Nappa. Os bancos desportivos fazem também parte da lista de equipamento, com inserções da denominação ‘RS’.

O volante de três raios RS Sport tem revestimento em pele com base plana, com patilhas para comando sequencial da caixa em zinco. O volante pode ter uma faixa colorida no topo (às 12 horas) para simbolizar o centro. Em alternativa, o cliente pode optar por um volante redondo com deteção das mãos para as funções de assistência à condução. Ambos contam também com botão RS Mode para alternar entre os diferentes modos de condução RS Performance, RS Individual (personalizável) ou o derradeiro modo utilizado.

Para aqueles que pretendem usar o novo RS 3 em pista, a Audi oferece, pela primeira vez, a possibilidade de montar pneus de troféu logo de fábrica, homologados para vias públicas, mas essencialmente desenvolvidos para os ‘track days’.

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.