Posicionando-se como o novo topo de gama da Volkswagen entre os modelos elétricos, o novo ID.7 chega a Portugal com grande ambição para o segmento superior, prometendo autonomias que podem chegar até aos 700 quilómetros com um único carregamento. O aspeto aerodinâmico e a tecnologia a bordo são outros dos atributos desta berlina que chega a Portugal com preços a partir dos 59.910€.

A marca alemã parte para 2024 com a motivação de manter o património emocional que é visto como essencial no relacionamento com os clientes, mas também adaptar-se aos novos concorrentes da era da mobilidade elétrica, sobretudo com a chegada de marcas chinesas. Ao mesmo tempo, a intenção subjacente é sublinhar o percurso feito para atingir a neutralidade nas emissões de carbono (graças à sustentabilidade na mobilidade) com o credo intrínseco de tornar a tecnologia mais humana (“make technology feel human”, no original, em inglês).

Em Portugal, a ‘aventura’ comercial da Volkswagen está a voltar aos lugares cimeiros, tendo encerrado o ano de 2023 com o sexto lugar entre os automóveis ligeiros de passageiros (oitavo considerando todo o mercado de ligeiros), crescendo 30,6% face ao ano precedente, algo que deixa bons indicadores para 2024, sobretudo numa fase em que a gama se apresta a ser reforçada com o lançamento de sete novos modelos (entre novidades absolutas e facelifts), com destaque para as chegadas dos novos T-Cross e Tiguan ao longo do ano.

No caso da gama ID de automóveis elétricos, o cenário é apontado como positivo por parte de Filipe Moreira, diretor de Marketing da marca Volkswagen, referindo que o trajeto que se iniciou em 2020 com a chegada do ID.3 como aposta inicial nos elétricos de nova geração (estreando a plataforma MEB para automóveis 100% elétricos) irá conhecer novos desenvolvimentos este ano, com destaque para o ID.7 e para a sua declinação carrinha (variant) mais para o final do ano. Determinante será também a chegada em 2025 do ID. 2All, o elétrico compacto de acesso à mobilidade elétrico com custo esperado abaixo dos 25.000€.

Conceito premium

Regressando ao ID.7, apresentando com artes mágicas de Luís de Matos à mistura no teatro Tivoli, em Lisboa, este será posicionado como topo de gama da marca entre os elétricos, ambicionando a um espaço importante no segmento dos elétricos premium que, embora não seja muito volumoso em termos de vendas, é relevante para a imagem e conceito de marca.

Com 4,96 metros de comprimento, um dos aspetos mais importantes do ID.7 é o seu design ‘limpo’ e obviamente cuidado pela aerodinâmica, com o seu coeficiente de arrasto (0.23 Cd) a permitir elevada eficiência de utilização, moldando-se em torno das potencialidades da plataforma MEB, como a grande distância entre eixos (2971 mm), o que valoriza substancialmente a habitabilidade. Dependendo do nível de equipamento selecionado – entre o Pro, Pro S e o GTX – o ID.7 poderá ter jantes de 19 e de 20 polegadas.

Na abordagem ao interior, há uma renovação quase completa do conceito tecnológico, mas com alguns elementos já conhecidos, como os pedais com os símbolos ‘Play’ (acelerador) e ‘Pause’ (travão), que já se podem encontrar noutros modelos elétricos da marca alemã. Mais evoluídos estão os ecrãs de informação para o condutor (ID Display) e o de infoentretenimento ao centro do tablier, este assente num ecrã de alta definição de 15 polegadas (de série) com software completamente novo (4.0) para ter uma resposta mais rápida e maior legibilidade. O head-up display recebeu também uma melhoria com grafismos renovados e a possibilidade de contar com realidade aumentada.

A marca resolveu também aquela que era uma das principais queixas dos modelos recentes – os botões táteis na consola central são agora retroiluminados para facilidade de utilização à noite.

O assistente digital por voz inteligente (IDA, ‘Intelligent Digital Assistant’) também foi melhorado, sendo agora mais rápido, mais competente a entender as ordens dos ocupantes e pode recorrer à inteligência artificial para melhor corresponder ao que lhe foi pedido. No mesmo tópico de tecnologia ao serviço dos ocupantes, a Volkswagen estreia no ID.7 o conceito de climatização inteligente do habitáculo (embora se mantenham os naturais ajustes pelo ecrã central ou por voz), o qual consegue detetar automaticamente pontos de aquecimento no habitáculo e direcionar as saídas de climatização para essa zona de forma a estabilizar a temperatura a bordo.

Além de uma aposta na melhoria dos materiais a bordo, também com recurso a matérias sustentáveis, a Volkswagen eleva a conceção superior também com os novos bancos ergoAcrive Premium com funções de aquecimento, ventilação e vários tipos de massagem. O sistema de som da Harman & Kardon com 13 altifalantes e subwoofer também pode ser disponibilizado como opcional para quem aprecia a qualidade sonora no habitáculo.

Nota, ainda, para o tejadilho de vidro panorâmico Smart Glass com sete camadas de proteção UV para evitar o sobreaquecimento no interior, mas também com a possibilidade de variar entre a transparência e a opacidade por intermédio de um botão no tejadilho ou de comandos por voz. A bagageira permite receber até 532 litros sem rebater os bancos traseiros, condição em que amplia o valor para os 1586 litros.

Naturalmente, o novo modelo elétrico da Volkswagen também estará disponível com muita tecnologia de assistência à condução, como o aviso de abertura de portas com sensores que evitam a sua abertura caso se aproxime alguma pessoa ou ciclista no ângulo morto uma vez estacionado, a câmara traseira associado a sistema Area View de série e carregamento bidirecional (V2G), que no caso de Portugal ainda não pode ser posto em prática.

Três versões na linha de partida

A gama do ID.7 será composta por três versões (esperando-se que a carrinha replique a mesma opção de motores da berlina), com a versão Pro a ser a única disponível no imediato. Esta caracteriza-se por ter bateria de 77 kWh a alimentar um motor elétrico de 286 CV/210 kW de potência e 545 Nm de binário. A autonomia homologada em ciclo WLTP combinado é de 621 quilómetros, mas no ciclo urbano pode mesmo chegar aos 763 quilómetros, num valor que já é bastante bom.

A potência máxima de carregamento nos postos CC é de 175 kW, o que permite repor de dez a 80% do estado de carga da bateria em apenas 28 minutos. Já a potência máxima em CA é de 11 kW, demorando oito horas a carregar dos zero aos 100%.

Mais para a frente, em julho, está prometida uma versão Pro S, com o mesmo motor de 286 CV, mas com bateria de 86 kWh, com que incrementa a autonomia homologada para em ciclo combinado para os 715 quilómetros. Esta versão pode já carregar a 200 kW. No mesmo mês chegará a versão mais desportiva com a sigla GTX, com dois motores elétricos e potência total de 340 CV e bateria de 77 kWh, com autonomia estimada de 600 quilómetros. A velocidade máxima é de 180 km/h em todos os ID.7.

Até ao momento, o único preço conhecido é o do modelo de entrada, o Pro, com um custo base de 59.910€, sendo preciso esperar mais uns meses para se ficarem a conhecer os valores pedidos para as duas outras variantes.

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