A mudança de um motor de combustão interna para uma mecânica totalmente elétrica no Macan representou um desafio para a equipa de design da Porsche, abrindo, ao mesmo tempo, diversas possibilidades que a equipa liderada por Michael Mauer trataram de abordar. Prestes a ser revelado, no dia 25 de janeiro, em Singapura, o novo Macan será proposta apenas como modelo elétrico, valendo-se de atributos de design que revelam uma linha de continuidade e, também, uma veia desportiva muito apurada.
“O novo Macan é o primeiro modelo que estamos a eletrificar a partir de uma identidade de produto existente e estabelecida”, refere o Vice-Presidente da Porsche Style. Na sua opinião, “cada novo automóvel desportivo tem de ser claramente reconhecível como parte da família de produtos Porsche e do modelo em questão, mas também tem de ser visto como ‘o novo'”, com essa consistência visual a ser fundamental para a marca alemã.
“Antes de pensarmos em pormenores específicos, a abordagem estratégica desempenha um papel crucial. Por exemplo: o que é que distingue o modelo? Como eram os seus antecessores? Este foi um desafio particularmente excitante com o novo Macan. Apresentámos a primeira geração em 2013 e, desde então, atualizámo-la de forma consistente, mas muito atenta. Em termos gerais, isto deu ao Macan uma identidade de produto bem estabelecida nos mercados globais. Com cada nova geração, a nossa missão é encontrar o equilíbrio correto entre as características de design familiares e os novos elementos”, explica Mauer, reforçando que “temos de fazer com que cada novo veículo desportivo faça parte, de forma clara e reconhecível, da família de produtos Porsche e da sua respetiva linha de modelos. No entanto, também tem de ser percecionado como “o novo”. Esta consistência visual é extremamente importante para a nossa marca”.
Ainda assim, aponta, “o novo Macan é também o primeiro modelo que estamos a fabricar totalmente elétrico, mas que já tem uma identidade de produto existente e estabelecida. Isto levanta as questões: Quão “novo” tem de ser o “novo” – o que é demasiado e o que é apenas correto?”.A resposta, não sendo fácil, clarifica, assenta em “três conceitos-chave que descrevem o carácter da marca: Foco, Tensão e Objetivo. Essencialmente, poder-se-ia dizer que estes termos-chave descrevem o que distingue um produto Porsche – o que faz dele uma experiência “quintessencialmente Porsche” para os clientes”.
Como exemplo para a aplicação desses conceitos-chave, Mauer clarifica a ideia de Foco em conexão à filosofia da Porsche. “O conceito de ‘Foco’ é um bom exemplo: em termos de interior, ‘Foco’ significa que, num veículo desportivo Porsche, o condutor é sempre o centro das atenções. Mais concretamente, todos os componentes importantes para o condutor estão dispostos à sua volta para um acesso direto. E com o ecrã curvo, fomos ainda mais longe. Com o ecrã flutuante numa forma ligeiramente curva – ideal para o condutor – concebemos este elemento-chave de uma forma ainda mais centrada no condutor. Também criámos uma espécie de “modo minimalista” no painel de instrumentos”, explica o responsável de design, que também dá conta dos requisitos e das diferenças de produzir um novo modelo a partir de uma nova base técnica.
“Os requisitos técnicos dos automóveis são sempre absolutamente fundamentais para o design. Isto começa numa fase muito precoce com a arrumação – a disposição dos vários componentes no veículo. Este acondicionamento é fundamental para as proporções básicas – a clássica linha de tejadilho Porsche não seria viável com qualquer disposição. O grupo motopropulsor elétrico abre novas possibilidades e coloca novos desafios: a ausência do bloco de motor maciço permite-nos ter uma interpretação mais pronunciada da topografia típica do capot dianteiro. Ao mesmo tempo, a bateria continua a ser bastante grande, ocupando muito espaço e podendo perturbar a relação largura/altura que define o veículo. E, claro, a aerodinâmica desempenha um papel importante em termos da autonomia de um automóvel desportivo elétrico. Mas esta não é uma situação totalmente desconhecida para nós. Para além da tecnologia de transmissão, somos constantemente confrontados com desafios que influenciam o nosso design. Exemplos disso podem ser o aumento dos requisitos de colisão ou regulamentos que definem elementos individuais, como o design dos faróis dianteiros e traseiros”, confessa.
JÁ ANDÁMOS. SAIBA COMO FOI A NOSSA EXPERIÊNCIA A BORDO DO NOVO MACAN
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