Posicionado como o novo topo de gama da Renault, o Rafale faz a associação entre o passado e o presente da marca francesa. Ao mesmo tempo que honra o legado na indústria da aeronáutica, o Rafale faz também a ponte para o futuro com a eletrificação, com soluções híbridas que vão até aos 300 CV. Tecnologia e estilo fazem também parte do cardápio de SUV encorpado que chegará a Portugal em maio de 2024.

O Rafale reveste-se de grande importância para a marca gaulesa, já que assinala o regresso da Renault ao segmento D, apostando assim num cliente mais cimeiro e que dedica uma maior atenção a critérios como a tecnologia, qualidade e design, sem esquecer a faceta eletrificada que tem cada vez maior importância nos tempos que correm.

Assim, o novo Rafale, modelo que foi desenvolvido com base na plataforma CMF-CD da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, promete voltar a posicionar a Renault num segmento superior com um desenho criado pela equipa liderada por Gilles Vidal.

É no estilo que o Rafale dá cartas, em primeiro lugar. Apropriando-se dos códigos linguísticos dos SUV coupé (ou ao estilo fastback), o novo modelo da Renault sobressai pela linha do tejadilho mais curta e claramente descendente a partir do pilar B, com linhas de carroçaria na zona das portas que lhe conferem personalidade e carácter, algo que se manteve praticamente desde os primeiros esboços do Rafale.

Na dianteira, a grande grelha torna-se num elemento de design com um jogo de cores que é peculiar, já que os losangos compõem o padrão da grelha (numa alusão ao próprio logótipo da marca) e mascaram um painel colorido que, consoante o local de onde se olhe, parece assim dar vivacidade à grelha. Por exemplo, no caso das versões com linha de equipamento Esprit Alpine, o fundo azul deixa-se ver de forma progressiva consoante o ângulo de visualização. A grelha está, por isso, tapada, mas a refrigeração dos componentes do motor está assegurada por entradas de ar logo abaixo e na parte inferior do para-choques, o qual se demarca ainda por integrar parte da assinatura luminosa e partes pretas brilhantes.

Atrás, os grupos óticos integram elementos luminosos que parecem flutuar dentro do farolim, enquanto a tampa do porta-bagagens apresenta um vértice em jeito de spoiler pensado para dar um aspeto mais comprido e fluido àquela secção. Na dianteira, estão os faróis com tecnologia LED Matrix Vision da Renault, que oferecem elevadas capacidades de iluminação durante a noite.

Elevar a condução a novos patamares

De acordo com os responsáveis da marca, houve um objetivo de puxar pela plataforma ao máximo (partilhando elementos com o Espace, mas sem partes em comum com o Austral), integrando assim quase tudo o que seria possível, incluindo uma série de tecnologias de ponta, mas também com atenção a uma experiência de condução mais satisfatória. Desta forma, o acerto do chassis (suspensão e direção) foi completamente revisto para este modelo, que também tira partido do sistema de eixo traseiro direcional mais evoluído, o 4Control Advance, com ângulo de viragem das rodas traseiras até 5º, permitindo maior agilidade e controlo.

Face ao Espace tem uma largura de vias 40 mm superior, sendo esse também um ponto que promete ajudar na vertente dinâmica, a que se juntam ainda as grandes jantes que podem ir até às 20 polegadas. Quanto às dimensões, mede 4710 mm de comprimento, 1860 mm de largura, 1610 mm de altura e 2740 mm de distância entre eixos (a mesma do Espace), para proporções equilibradas que também têm em conta a necessidade de um interior espaçoso.

Quanto às linhas de equipamento, a Renault terá duas para este Rafale, a Techno e a Esprit Alpine, sendo esta claramente mais conotada com a certa aura desportiva da Alpine, dispondo por exemplo de elementos especiais, como a cor azul Alpine ou dos bancos mais envolventes, também eles uma novidade para o SUV. Além dessa cor azul, a Renault terá ainda duas novas cores para o Rafale, o branco ‘Nacré Satin’ e o vermelho ‘Rouge Flamme’.

Interior com espaço e tecnologia

A bordo, a Renault apostou numa componente mais refinada, mas simultaneamente desportiva e tecnológica, com materiais específicos e reforço nos revestimentos macios ao toque. Cada versão tem atributos distintos, com a Esprit Alpine a ter, como seria natural, um foco maior nos detalhes desportivos, como os revestimentos em Alcantara (60% reciclada), bem visíveis em diversos pontos, como no volante ou nos bancos mais envolventes com o logótipo da Alpine iluminado nas costas.

No tablier, há também revestimento real em camada de ardósia para uma dose suplementar de refinamento estético, com rugosidades típicas daquele material. No caso da versão Techno, os tecidos utilizados para os revestimentos são totalmente provenientes de reciclagem. Detalhe interessante é o do revestimento das bolsas das portas, evitando assim que os objetos aí colocados façam barulhos parasitas durante as viagens.

Mas, como já é apanágio nos novos Renault, a vertente tecnológica desempenha agora um papel muito importante, com o novo Rafale a não destoar, beneficiando já de algumas melhorias face aos sistemas já vistos nos Austral, Megane E-Tech e Espace. A novidade mais relevante é a atualização do sistema Android Automotive para o sistema operativo Android 12 (anteriormente, usava o 10), que lhe permite maior rapidez e novas funcionalidades no veículo.

O painel de instrumentos apresenta um novo grafismo e quatro tipos de visualização distintos ‘Powermeter’, ‘Navegação’, ‘ADAS’ e ‘Minimal’, podendo ainda o condutor personalizar widgets no lado direito do painel, consoante as suas preferências. Ao entrar no Rafale, há também uma nova animação de acolhimento, sendo diferente no caso do Esprit Alpine. Cada mudança de visualização do painel de instrumentos é acompanhada por novas transições.

Ao meio permanece o foco do sistema OpenR, com um ecrã de grandes dimensões, agora orientado no sentido do condutor (28º), para melhor visualização. Este sistema permite aceder a diferentes funções do veículo, mas também à instalação de diferentes ‘apps’ a partir da Play Store da Google, a que se junta ainda o acesso a serviços como o Google Maps ou o assistente virtual. O Multisense, tecnologia que varia diversos parâmetros do veículo, também ganha um novo modo de funcionamento, o ‘Smart’, que se junta aos ‘Comfort’, ‘Sport’, Eco’ e ‘Perso’. O Rafale dispõe ainda de iluminação interior com 48 cores distintas.

A segunda fila de bancos foi pensada para oferecer espaço adequado até para adultos, sendo que é aqui que se encontra também uma novidade interessante, o encosto de braço ‘Ingenious’, ou engenhoso, em tradução lateral. Na prática, é um encosto de braços embutido no banco traseiro central que permite ser adaptado para utilização associado aos smartphones ou tablets, com suportes, duas portas USB e espaço para arrumação dos mesmos, caso seja necessário.

Chega o híbrido desportivo com tração integral

Quanto à gama de motorizações, em linha com a ambição de eletrificação da Renault, o Rafale contará com duas soluções híbridas E-Tech, uma de 200 CV e a outra, inédita, com 300 CV e tração integral (E-Tech 4×4).

A versão de 200 CV já é conhecida, tendo feito a sua estreia no Austral e passado depois para o Espace, com uma potência máxima de 200 CV, apontando-se aqui neste Rafale a um consumo médio de 4,7 l/100 km e a emissões de 105 g/km de CO2 (valores ainda não homologados). Esta versão é composta pelo motor 1.2 turbo de três cilindros com 130 CV de potência e 205 Nm de binário em associação a dois motores elétricos.

O motor elétrico principal debita 50 kW/70 CV e 205 Nm. É alimentado por uma bateria de iões de lítio de 2 kWh/400V de capacidade para uma condução totalmente elétrica. O motor elétrico secundário é um Gerador de Arranque de Alta Tensão (HSG) de 25 kW e 50 Nm que liga o motor e aciona as mudanças de velocidade na caixa multi-modo sem embraiagem, a qual apresenta 15 possibilidades de combinação dos motores elétricos e do motor 1.2 a gasolina.

Já em estreia absoluta, o E-Tech 4×4 dirige-se a todos aqueles que preferem um nível de prestações superiores, fazendo uso de um motor elétrico situado no eixo traseiro para providenciar tração integral. O motor de combustão é o mesmo 1.2 a gasolina de três cilindros, mas sabe-se que o modelo será um híbrido plug-in. Esta versão E-Tech 4×4 de 300 CV do novo Renault Rafale vai ser equipada com um chassis devidamente adaptado a uma nova geração da gestão inteligente das ligações ao solo.

O sistema 4Control Advanced mantém os seus argumentos de agilidade e destreza dinâmica. Ao percorrer uma curva a menos de 50 km/h, as rodas traseiras viram ligeiramente (até 1 grau) na mesma direção que as rodas dianteiras, melhorando a estabilidade do automóvel. A baixa velocidade, as rodas traseiras viram até 5 graus na direção oposta, proporcionando uma agilidade inigualável e encurtando o raio de viragem do novo Renault Rafale para os 10,4 metros (o mesmo que um automóvel de cariz urbano).

Adicionalmente, dispõe de tecnologia Vehicle Motion Control 2 (VMC 2), um sistema eletrónico melhorado que controla as rodas traseiras. Antecipa a perda de aderência de forma mais eficaz, para que as curvas possam ser feitas mais rapidamente e sabe que as quatro rodas estão, na posição ideal, em estradas irregulares e desniveladas.

Os preços serão revelados aquando da abertura das encomendas, em janeiro, sendo praticamente certo que será posicionado acima do preço do novo Espace, na medida em que o Rafale é o novo topo de gama.


‘Solarbay’: segmento a segmento, vai-se embora a luz

Inovação importante deste Rafale é a do tejadilho panorâmico ‘Solarbay’ desenvolvido em parceria com a Saint Gobain, que permite uma conjugação de atributos vantajosos em termos de luminosidade a bordo, espaço e resistência. Trata-se de um sistema que pode trazer opacidade ao grande tejadilho (com 1470 mm por 1117 mm) a partir de diferentes segmentos no vidro (nove, no total), bastando carregar num botão no tejadilho ou acionar o sistema a partir do comando vocal para o Google Assistant.

Além de ter uma proteção de 85% contra os raios solares, o tejadilho pode assim variar a opacidade e a luminosidade em poucos segundos. O vidro tem espessura reduzida em 30 mm permitindo manter a habitabilidade em altura. No total, o vidro do tejadilho é composto por oito camadas para assegurar um conforto térmico apropriado consoante a estação do ano.

Uma das suas particularidades deste conceito é o de condutor e passageiros poderem optar por diferentes configurações de opacidade do tejadilho: totalmente claro, totalmente escuro (opaco), claro à frente e escuro atrás ou o inverso. Ao contrário de uma cobertura convencional, usada para tapar o interior neste tipo de soluções de tejadilho panorâmico em vidro, o Solarbay permite que os passageiros dos lugares traseiros possam deixar entrar a luz solar, mesmo que os da frente prefiram não o fazer.

O tejadilho Solarbay também proporciona mais 30 mm de espaço para a cabeça, o que representa uma diferença significativa – especialmente para os passageiros da retaguarda e tendo em conta o formato coupé.

Para manter a temperatura ambiente cómoda para os passageiros, assim que o veículo é fechado, o tejadilho em vidro é escurecido automaticamente para que não se torne numa ‘estufa’ na reentrada. Além disso, tem memorização do último parâmetro escolhido, pelo que ao reentrar no veículo, o tejadilho retoma a configuração de opacidade com que foi deixado.

O tejadilho Solarbay utiliza a tecnologia de Cristais Líquidos Dispersos em Polímero (Polymer Dispersed Liquid Cristal – PDLC), derivada da indústria da construção e devidamente adaptada aos ocupantes dos automóveis. Até à data, apenas os fabricantes de automóveis ultra-premium a utilizavam. O facto de ter aqui um carácter de segmentação é uma novidade que torna este sistema mais interessante.

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