Seis anos depois da sua estreia oficial – e do subsequente sucesso no Velho Continente, com um restyling pelo meio -, a segunda geração do Toyota C-HR acaba de chegar a Portugal numa versão temperada à moda do paladar europeu.
A apresentação nacional, realizada, recentemente, entre a Tapada de Mafra e a Ericeira, contou com um almoço composto por ingredientes “secretos” que foram desvendados um-a-um. Mas as expetativas da marca nipónica para o novo C-HR, essas, estão bem claras e em cima da mesa: assumir-se como um C-SUV “pensado e fabricado” para a Europa.
Estética radical
Montado na mesma plataforma da primeira geração (GA-C), conserva também as mesmas dimensões (reduziu apenas 3 cm ao comprimento) e distância entre eixos.
O design procurar apelar às “emoções” dos clientes, o que implicou, aqui e ali, algum radicalismo – e até alguma inspiração no modelo elétrico bz4X. Tudo tem uma explicação: os responsáveis da garantem que a estética é um dos grandes fatores de decisão no momento da compra do C-HR. Nesse sentido, manteve-se próximo doestilo do Prologue do Toyota C-HR, procurando linhas diretas e “cortantes”, capazes de romper com a apatia. O que se procura, aqui, é, sobretudo, “intensidade”.
Por outras palavras, exibe umas formas que ganham expressão maior pelo corte de diamante ao longo da lateral do veículo. Saltam ainda à vista as pegas das portas embutidas – apresentadas pela primeira vez num Toyota.
O visual dinâmico e condensado do veículo é reforçado pelas projeções de carroçaria curtas e rodas grandes – de até 20’’ de diâmetro. A pintura em dois tons prolonga o teto preto contrastante até ao para-choques traseiro e à secção três quartos de traseira do C-HR.
Para tornar o C-HR “aerodinamicamente eficiente” e visualmente impressionante”, a Toyota otimizou o fluxo de ar sobre e ao redor do veículo em detalhes, incluindo o perfil preciso do para-choques dianteiro e o formato do spoiler traseiro do tejadilho. O conjunto resulta feliz.
Centrado no condutor
Existem vários “mimos tecnológicos” que impressionam sempre. Exemplo disso é o cenário de boas-vindas que surge automaticamente quando o condutor se aproxima de veículo, com as luzes exteriores a tornarem-se mais fortes – incluindo a da nova assinatura luminosa do Toyota C-HR na porta traseira. As configurações preferidas do condutor para (quando disponíveis) posição do banco, visor digital da instrumentação, head-up display e ecrã multimédia são aplicadas automaticamente.
O modelo ganhou um novo painel de instrumentos, atrás do volante, digital e de 12,3 polegadas (dependendo do nível de equipamento). Este pode ser regulado consoante os interesses do condutor e permitem visualizar as informações das funções ativas ADAS (Assistência à condução) quando o carro entra numa autoestrada.
O C-HR estará disponível com o sistema multimédia Toyota Smart Connect, incluindo (de acordo com nível de equipamento) um ecrã tátil de 8 ou de 12,3 polegadas, agente de voz a bordo e conectividade para smartphone via Apple CarPlay (sem fios) ou Android Auto.
O sistema fornece informações sobre a autonomia elétrica e locais de carregamento nas suas imediações na função POI (Pontos de Interesse). Os utilizadores poderão também usar a aplicação e smartphone MyT para controlo remoto das funções do veículo, incluindo o funcionamento do sistema de ar condicionado para aquecer ou arrefecer o carro antes de iniciar uma viagem.
Importa referir ainda o esforço da marca nipónica na promoção da economia circular, recorrendo a materiais reciclados. Face ao antecessor, novo C-HR tem o dobro de conteúdos de plásticos reciclados – usados em mais de 100 peças e componentes diferentes. Alguns bem inovadores como o novo tecido para o estofamento dos bancos feito de garrafas PET recicladas. Ou o facto de os para-choques serem concebidos num material de resina que é pré-colorido no molde – uma inovação que permite economizar centenas de toneladas de CO2.
Dupla aposta híbrida
Nesta segunda cartada do C-HR, a Toyota continua a colocar todas as suas fichas na tecnologia híbrida. São duas as motorizações eletrificadas a jogo no mercado nacional:
hybrid electric (HEV) de 1.8 litros e um 2.0 litros plug-in hybrid electric (PHEV). A versão de 1.8 L Hybrid – disponível também no novo Corolla – procura, acima de tudo, o “desempenho tecnológico”, segundo a marca. Mas, ainda assim, conta com mais potência do que o anterior motor 1.8 litros eletrificado com a tecnologia híbrida do Toyota C-HR. São 140 cv e 185 Nm de binário.
O Motor24 teve oportunidade de fazer os primeiros quilómetros ao volante desta variante (não muitos), durante a apresentação, e não fosse a caixa automática CVT, que continua a merecer a confiança dos engenheiros da marca, e a experiência de condução teria sido bastante convincente. Sente-se a agilidade do modelo, bem como o conforto e o perfeito controlo de movimentos, proporcionados pelos trabalhos feitos ao nível da suspensão e direção. Mas dispensava-se a banda sonora proporcionada pela CVT, que parece estar sempre em grande esforço – ou na relação errada -, contrariando até a ligeireza que o C-HR consegue manifestar na estrada.
Já disponível no mercado nacional está a versão 1,8 litros. O preço começa nos 36.900 euros do nível Comfort, onde se encontram, entre outros, itens como jantes de 17’’, painel de instrumentos digital de 12’’, reconhecimento de sinais de trânsito, aviso de ângulo morto, cruise control adaptativo e câmara auxiliar de estacionamento.
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