A paixão da Alfa Romeo continua bem viva, sendo esse precisamente um dos argumentos pelos quais a marca italiana se rege neste seu ano de centenário. Além do fantástico (e muito exclusivo) 33 Stradale revelado há umas semanas, a Alfa Romeo tem nas estradas os bem entusiasmantes Giulia e Stelvio Quadrifoglio, dois modelos que partilham o mesmo ‘coração’, o motor V6 de 2.9 litros de 520 CV. Coração é também o que se pede quando se acelera qualquer um desses modelos em ritmo desportivo.

Falar de Alfa Romeo é falar muito de paixão: pelos automóveis, pela condução e pela ideia de nobreza italiana de design e construção. A marca italiana atravessa atualmente uma fase de metamorfose com novos produtos que assentam numa filosofia amplamente conhecida para a marca, como o lado emotivo e a ousadia de causar emoções fortes, tendo o Tonale sido o mais recente exemplo desta aposta.

O futuro trará cada vez mais novidades, incluindo um novo SUV mais compacto para o segmento B, mas a certeza que os responsáveis da Alfa Romeo têm é que o legado Quadrifoglio será mantido como expoente máximo de desportividade e essência da própria companhia. Mesmo que a eletrificação seja já o caminho certo a seguir.

Mas, por enquanto, ainda se fala, essencialmente, de ‘cuore’ a gasolina. No caso dos Quadrifoglio, com um novo motor V6 biturbo de 2.9 litros com 520 CV de potência e 600 Nm de binário máximo para as respetivas versões do Giulia e Stelvio. Modelos que contam agora com uma atualização profunda em diversos aspetos, contando com um foco claro na sensação de condução, como é o caso do diferencial autoblocante (LSD) para melhoria da tração.

A caixa de velocidades continua a ser de dupla embraiagem com oito velocidades e patilhas fixas de grandes dimensões atrás do volante para mudança manual das relações. Mas o leque de mudanças abarcou também a suspensão, nomeadamente ao nível da arquitetura de suspensão de triângulo duplo com eixo de direção semivirtual, elemento que otimiza o efeito de filtragem e precisão. Na traseira, optou-se por uma solução do tipo Multilink, com quatro braços e meio – uma patente Alfa Romeo – para garantir eficácia e conforto.

Depois, no meio de tanta similitude, há uma grande diferença: o Giulia Quadrifoglio confia apenas em tração traseira, sendo por isso mais exigente na entrega da potência, enquanto o Stelvio Quadrifoglio recorre a sistema de tração integral que lhe dá uma maior capacidade motriz em diferentes circunstâncias.

Entrega absoluta

Na ação de celebração do centenário em Portugal, fomos até ao Caramulo Motorfestival para descobrir o que há de novo em ambos os modelos. O primeiro a (re)descobrir é o Giulia Quadrifoglio, berlina de visual sedutor que tem ‘envelhecido’ excelsamente: continua a ser tão elegante e cativante como no dia em que foi revelado.

A vertente mecânica continua a ser também o seu principal foco de entusiasmo, sobretudo quando todos os elementos se conjugam no modo de condução ‘Dynamic’, que mantém algumas das assistências à condução em ação. Os 520 CV de potência do motor são explosivos e impelem-nos para a frente com uma pujança inclemente, incentivada por uma caixa automática de oito velocidades que, através das grandes patilhas atrás do volante, permite controlo manual/sequencial.

A subida do motor até ao ‘redline’ traz consigo uma nota acústica de inegável beleza – para quem aprecia estas ‘coisas’ de automóveis desportivos -, ecoando pelas estradas de montanha repletas de ‘paredes’ de arvoredo. O comportamento em curva é deliciosamente cumpridor, ocasionalmente exercendo o comportamento arisco próprio de um tração traseira, sobretudo quando ativado o modo mais desportivo e sem redes de segurança, o ‘Race’. Aqui, suspensão mais firme, direção precisa e mais ‘dura’ e acelerador mais sensível a qualquer pressão. Mas, sobretudo, a liberdade concedida à traseira, mas num percurso que pede mais precisão do que trajetórias largas.

A travagem, fruto de sistema desportivo com discos em carbocerâmica, é mordaz e capaz de parar este ‘míssil’ italiano de forma decidida. A confiança é um atributo que apraz muito quando se trata de explorar as competências dinâmicas de um modelo como este. Efetivamente, o Giulia Quadrifoglio é um deleite de conduzir. Recorda-nos que a Alfa Romeo tem ‘mesmo’ um legado a defender no que toca à condução desportiva.

Na segunda parte da ‘descoberta’, foi a vez do Stelvio Quadrifoglio, com praticamente as mesmas prestações e a mesma precisão, embora se note, sobretudo nas curvas mais cerradas, um pouco mais da sua altura. No entanto, a sua agilidade, precisão nas trajetórias e a eficácia do sistema de tração integral permitem ‘brincar’ um pouco mais, procurando ocasionalmente desafiar as leis da física. Tal como no Giulia, a travagem impressiona, assim como a pujança do motor V6 de 520 CV.

A fundamental elegância italiana

Uma vez parados, há tempo para olhar para a estética de ambos os modelos. No exterior, nota para a introdução dos faróis LED Matrix de estilo ‘3+3’, com tecnologia adaptativa que permite adaptar o feixe de luz para não encadear os outros condutores, por exemplo. O Giulia beneficia de jantes de liga leve com o típico design dos cinco orifícios com 19″, ao passo que o Stelvio recebe jantes de 21″, em ambos os casos deixando ver as pinças de travão vermelhas. Os dois desportivos Quadrifoglio estão disponíveis nas cores Vermelho Etna, Verde Montreal, Azul Misano, Cinzento Vesuvio, Preto Vulcano e Vermelho Alfa (não metalizado). O sistema de escape Akrapovic também disponibilizado torna a nota auditiva mais apaixonante.

O recurso aos materiais mais leves é novamente a receita utilizada para manter o peso sob controlo: são disso exemplo o alumínio usado na construção do motor e a fibra de carbono presente no veio de transmissão, capot, spoiler e saias. No Giulia, a aerodinâmica ativa mantém-se com o difusor frontal em carbono: quando ativado, controla a qualidade do fluxo de ar que passa sob o veículo, aumentando a estabilidade e a performance.

A mesma sensação desportiva pode ser encontrada no interior, através da combinação exclusiva opcional de couro preto e Alcantara e do acabamento 3D em fibra de carbono genuína para o painel de instrumentos, túnel central e painéis das portas. O volante está revestido em couro e Alcantara com costuras pretas e detalhes em fibra de carbono.

Grande atualização no painel de instrumentos, que passa a ser digital com ecrã TFT de 12.3″, o qual inclui o design histórico “telescópico”. No Quadrifoglio, para além das três apresentações disponíveis em toda a gama Alfa Romeo – ‘Evolved’, ‘Relax’ e ‘Heritage’, destaque para a estreia do grafismo exclusivo ‘Race’, o qual reúne no ecrã central todas as informações essenciais, como o velocímetro e a luz indicadora da mudança de velocidade para controlo manual da transmissão.

A lista de equipamento robusteceu-se em termos de conteúdos oferecidos, sobretudo no número de sistemas de assistência à condução, apenas com uma gama disponível, a qual inclui elementos como o sistema de áudio da Harman Kardon, sistema de iluminação LED Matrix ou o volante QV em pele e Alcantara com inserção em carbono, entre outros, sendo que a Alfa Romeo conseguiu reduzir o preço de ambos os modelos em cerca de cinco mil euros, mesmo com mais equipamento. Os modelos têm uma garantia geral de cinco anos de garantia ou 75.000 quilómetros.

Preços
Alfa Romeo Giulia Quadrifoglio: 118.450€
Alfa Romeo Stelvio Quadrifoglio: 140.150€


Versão exclusiva do centenário

Para celebrar o centenário da Alfa Romeo (1923-2023), a marca italiana concebeu 100 unidades especiais comemorativas específicas com diversos elementos especiais, como o logótipo exclusivo do Centro Stile em dourado, as pinças de travão também douradas, a grelha e capas dos retrovisores em fibra de carbono, os pespontos dourados a bordo ou as insígnias únicas comemorativas a bordo em ambiente dominado, sobretudo, pela fibra de carbono.

A versão de aniversário está toda já vendida, com um preço cerca de oito mil euros superior à das versões base.

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