‘Olá, eu sou a Alexa. Querem conhecer o novo Q3 Sportback?’

23/09/2019

Na Floresta Negra, na Alemanha, a Alexa mostrou-nos a nova versão Sportback do Audi Q3. Bem, não foi exatamente assim, até porque a assistente virtual da Amazon virá com o novo Q3 Sportback, mas não faz de cicerone. É apenas um pretexto para podermos dizer que a utilização do serviço da Amazon será ainda mais fácil com a integração neste Audi. Podemos saber, por exemplo, a caminho de casa se temos os ingredientes necessários no frigorífico (se este for inteligente) para aquela receita especial para o jantar, sem nunca precisarmos de tirar as mãos do volante.

Cansados de ouvir dizer que os Audi são todos iguais, os responsáveis pelo design do Q3 Sportback trataram este projeto com o arrojo suficiente para a necessária diferenciação. O resultado é algo próximo de um coupé, quanto a nós, muito bem conseguido. No entanto, ao olhar para o Q3 Sportback é praticamente impossível não ver semelhanças com o Audi Q8, na verdade, parece mesmo um “pequeno” Q8. Chamar-lhe pequeno será um exagero porque apesar de partilhar a mesma base do “irmão” Q3, o Sportback ganha 16mm, ficando com um comprimento de 4,50m, mas mais baixo com 1,56m de altura. O perfil deste novo Q3 Sportback assume um aspeto mais atlético e musculado: a grelha frontal de cor negra ganha agora o formato de um favo de mel tridimensional, a linha da cintura é mais elevada, o tejadilho integra um spoiler e alonga-se em cunha até aos pilares traseiros. É ainda na parte de trás que encontramos uma grande mudança, com o para-choques a receber um falso difusor, no entanto, o grupo ótico permanece idêntico ao do Q3.

Já no interior tudo é muito familiar e dificilmente encontramos algo a criticar. A qualidade, tanto da montagem como dos materiais é soberba, especialmente, a alcântara usada nos locais certos onde tocamos muitas vezes. Há muita tecnologia, mas a integração é muito sóbria. O cockpit virtual de 10,25” assume destaque da perspectiva do condutor e o ecrã tátil multimédia com 10,1” serve de interface para comandar a quase totalidade das funções, deixando assim o tablier “despido” de comandos físicos, obtendo um design muito limpo e harmonioso.

A posição ideal de condução é fácil de encontrar: os comandos estão todos onde se espera e o espaço a bordo é excelente para quatro adultos, com ajuste da inclinação do encosto nos bancos de trás. Na bagageira temos disponíveis 530 litros, que podem chegar aos 1400 rebatendo os bancos traseiros. As cinquenta sombras de cinzento dão lugar a cores mais vibrantes e provocadoras como o Turbo Blue, Pulse Orange, Dew Silver e Myth Black – com os interiores a condizer com a pintura exterior e inserções em alcântara a contrastar o interior.

Escolher as estradas da Floresta Negra para fazer o percurso para o contacto dinâmico não foi de todo inocente por parte da Audi. A paisagem é arrebatadora, com um traçado desafiante desenhado por estradas com excelentes condições. Para já, são três as motorizações que irão estar disponíveis no mercado nacional. O 35 TFSI, a designação pode ser enganadora, pois trata-se de um quatro cilindros 1.5 TFSI de 150 cv, com caixa manual e automática e só com tração dianteira; mais dois diesel: o 35 TDI de 150 cv com caixa S tronic, com a possibilidade de ter tração integral quattro e o 40 TDI de 190 cv, que inclui de série o S tronic e tração quattro, ambos com motor de 2 litros.

Experimentámos duas motorizações bem diferenciadas. O já conhecido motor 2.0 (que equipa o 40 TDI) tem só por si binário suficiente para manter uma boa compostura. Mas, em conjunto com a caixa stronic e a tração quattro elevam a coisa para um patamar, que não fosse o ruído do motor (muito presente no habitáculo) e algumas vibrações, seria irrepreensível.
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Mudamos para o 35 TFSI e muda tambem a experiência de condução. O pequeno quatro cilindros com 1.500 cc quer fazer-nos crer que estamos num desportivo. A sonoridade do motor assume agora uma nota agradável e o comportamento dinâmico é firme e coeso, graças aos generosos pneus montados em jantes de 20”, à suspensão pneumática adaptativa e também à direção progressiva e muito precisa, a inserção em curva torna-se muito fácil e natural.

Escusado será dizer que este foi, sem dúvida, o nosso preferido. É ainda a versão 35 TFSI que irá trazer a maior novidade: um sistema semi-híbrido de 48 V. Trata-se de um motor-gerador acionado por correia, que aproveita a energia desperdiçada na desaceleração e na travagem. Com isto, ganham-se mais 12 cv e 50 Nm no início das acelerações ou no máximo, até 10 segundos.

A Audi garante serem possíveis poupanças de combustível até 0,4 l/100 km. Ainda sem preços definitivos para o mercado português, sabemos que serão entre 2.500 e 3.000 euros superiores aos do Q3, com níveis de equipamento Base, Advance e S-Line. Disponíveis no nosso mercado a partir da segunda metade de outubro.

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