O pequeno Twingo é bem conhecido do grande público e sempre foi um símbolo democrático da Renault. Dispensa apresentações de maior. Desde o lançamento, em 1992, o citadino francês sempre teve o dom de chegar aos bolsos mais apertados. Quase quatro milhões de unidades vendidas, em todo o mundo, em três gerações, provam-no.
A lógica mantém-se atual. O Renault Twingo Electric chega ao nosso país com um argumento de peso: é o modelo 100% elétrico mais barato do mercado nacional. Não é dizer pouco. São 22.200 euros reclamados para a versão mais acessível, já com a bateria incluída nas contas.
Ao contrário das restantes gamas elétricas da Renault, o Twingo não assume o cognome “ZE” – que se mantém nos restantes modelos isentos de emissões poluentes. Não. Exibe o Electric como uma palavra de honra ambiental.
O Twingo Electric foi concebido com base numa plataforma que já previa a sua eletrificação, razão pela qual a habitabilidade e a bagageira (240 litros) não foram prejudicadas neste processo. Além disso, regista o melhor diâmetro de viragem do mercado.Carregamentos polivalentes
Tudo neste citadino aponta para uma condução ligeira, descontraída e urbana. Graças à bateria de iões de lítio de 22 kWh, pode aguentar uma semana, em deslocações citadinas, apenas com um carregamento. A polivalência do carregamento, de resto, é um trunfo: pode ser até quatro vezes mais rápido do que os seus rivais nos postos de corrente alternada (AC) de 22 kW. Os tempos de carga anunciados? 15 horas a 2,3 kW; 4 horas a 7,4 kW; 3h15 m a 11 kW; 1h30 m a 22 kW – neste último caso, consegue recuperar 80 km em apenas meia hora.
A bateria, situada sob os bancos dianteiros, alimenta um motor elétrico de 82 cv e 60 Nm, colocado em posição traseira, que transmite potência às rodas posteriores, à semelhança do que acontece com os Renault Twingo equipados com motores de combustão interna.
Sempre irreverente
A unidade ensaiada, com o nível de equipamento Intens (23.200 euros), diferencia-se da base (Zen) por dispor de jantes em liga leve, vidros traseiros escurecidos, estofos em tecido e pele, cruise control, sensores de estacionamento com câmara traseira, sistema multimédia Easy Link, com ecrã tátil de 7’’, que inclui navegação, itens que explicam os 1.000 euros adicionais.
Pouco há a contar em termos estéticos. O citadino sempre primou pela sua irreverência. E esta “geração ecológica” mantém a tónica: para-choques esculpido, vistosas entradas de ar e grupos óticos em LED, em forma de “C”. Apenas acrescentou alguns detalhes denunciadores da sua natureza não poluente, como, por exemplo, um stripping lateral azul, a partir do nível de acabamento Intens, que percorre todo o seu comprimento, além de pequenas inscrições, no interior, a recordar que se trata de um elétrico. Uma nota final para o habitáculo, que continua a surpreender pelo espaço disponível e pela sua ímpar modularidade.