A atualização da norma Euro 7 para os automóveis com motor de combustão, anunciada na semana passada, poderá permitir que alguns motores concebidos em números mais limitados possam manter a sua existência mesmo após a entrada em vigor daquele regulamento de emissões poluentes em 2025. O bloco V6 da Alfa Romeo, desenvolvido inicialmente pela Ferrari, dos Giulia e Stelvio Quadrifoglio poderá ser um desses motores com vida ‘estendida’.

Desde que foi anunciada no início da década de 2020, a norma Euro 7 foi bastante criticada pelos fabricantes automóveis por aumentarem exponencialmente os custos de desenvolvimento de automóveis de baixo custo para classes menos abastadas, ao mesmo tempo que esse mesmo custo teria também o condão de desviar recursos da eletrificação, que é atualmente a grande aposta para os construtores, mas que consome muitos custos.

Com a suavização da norma Euro 7, que manterá basicamente os mesmos valores de emissões e procedimentos de testes para os automóveis ligeiros de passageiros e comerciais (apertando-se, no entanto, nos pesados de mercadorias, autocarros e também nas partículas finas provenientes dos travões), alguns motores de combustão poderão manter-se em comercialização, com Jean-Philippe Imparato, CEO da Alfa Romeo, a explicar que o V6 ‘alfista’ poderá ter visto uma extensão da sua vida útil com esse anúncio.

Em declarações à revista Autocar, Imparato declarou que o V6 poderá continuar a ser utilizado em automóveis de produção relativamente limitada, “porque estou à espera do resultado da [proposta do] Euro 7 deste ano”, abrindo assim a porta à possível continuidade em ação deste motor num segmento em que a eletrificação, apesar de até ser mais competitiva nas prestações, ainda não conquistou totalmente os clientes.

A título de exemplo, a marca apresentou recentemente o hiperdesportivo 33 Stradale, um automóvel baseado num dos seus modelos mais emblemáticos do passado e possível de equipar com duas motorizações, ou de combustão ou elétrico. Porém, das 33 unidades previstas para produção e já vendidas, apenas três dos compradores optaram pela variante 100% elétrica, com os restantes a optarem pela versão com motor de combustão.

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