Desde o primeiro, lançado em 1969, os "Z" são sinónimo de desportivo acessível na Nissan
A marca japonesa está a trabalhar na sucessão do automóvel que democratizou os desportivos no final década de 60. E os primeiros rumores apontam para a ‘eletrificação’ ícone…

No mercado europeu desde 2009, com uma designação a remeter-nos para o aumento da capacidade do motor de 6 cilindros, de 3,5 litros para 3,7, o 370Z foi beneficiando de cirúrgicas revisões, que melhoraram os seus argumentos. Agora, a Nissan entende que é tempo de escrever página nova na história da mítica linhagem de desportivos com a sigla Z, confirmando que o bilugar tem geração 100% nova na calha. «Podem esperar algo em breve. Não posso revelar o que é, mas isso não significa que não estamos a trabalhar nisso. A Nissan produz veículos emocionantes!», revelou, ao Autocar, Ivan Espinosa, chefe de produto da marca japonesa.

A declaração feita em entrevista por ocasião da edição deste ano do salão automóvel de Tóquio, confirma os rumores de que o fabricante nipónico estaria a iniciar o processo de desenvolvimento de substitutos para os atuais 370Z e GT-R, ambos já com mais de uma década no ativo. Com a marca a nunca descartar a hipótese fazê-lo através de parceria estratégica celebrada com outro fabricante de desportivos, caminho seguido recentemente por BMW e Toyota, no desenvolvimento conjunto dos novos Z4 e supra, respetivamente, com vista à redução de custo de produção.

«Não há regras de ouro e estamos abertos a tudo. Há alguns elementos com os quais não podes brincar, já que são ícones da marca. Existe um limite sobre tudo o que podes partilhar, com a expectativa de não ir além do que os clientes esperam da marca. Contudo, há desafios e dificuldades que nos obrigam a considerar diferentes opções…», explicou Espinosa.

Sucessor será elétrico?

As novas regras para cumprimento de metas de emissões colocam pressão nos fabricantes em geral, mas de forma ainda mais evidente naqueles com pergaminhos na produção de carros realmente desportivos, como é o caso da Nissan. E neste sentido são muitas teorias que apontam já possibilidade de que o sucessor do 370Z possa ser automóvel 100%, previsivelmente equipado com a tecnologia de tração total elétrica inteligente apresentada recentemente no protótipo Leaf Twin Motor, a debitar mais de 300 cv.

Ivan Espinosa, ao contrário, destaca que não existe uma garantia de que os clientes estão recetivos a este tipo de mudança, lembrando ainda que o peso extra das baterias seria sempre um desafio a superar em veículos deste tipo.

Já Alfonso Albaisa, vice-presidente do departamento de design da Nissan, afirmou que de uma forma ou de outra a firma não abandonará a família Z: «É fácil imaginas [um sucessor do 370Z]. O Z é o automóvel que democratizou os desportivos nos anos 60. Antes tinhas que ter dinheiro suficiente para comprar um Porsche ou um Jaguar. O modelo atual leva muito tempo nos concessionários, por isso podes imaginas os nossos designers a trabalhar neste momento num sucessor, mesmo se eu não vou confirmar essa informação».