Fruto de uma parceria simbiótica com a BMW, no ano passado a Toyota lançou o Supra A90, que partilha diversos componentes mecânicos com o Z4, tais como o motor de 6 cilindros em linha, a caixa de velocidades e o chassis em alumínio. Aclamado por uns, herético para outros, a verdade é que a sua eficácia nunca foi posta em causa. Masayuki Kai, um dos responsáveis pelo projeto Supra, salienta que a versão de quatro cilindros com 2.0 litros é um carro completamente diferente do de seis cilindros: “O carácter e o comportamento são muito diferentes. Não é apenas uma versão mais barata do seis cilindros, o facto de ser mais leve e do peso estar mais no eixo traseiro, torna-o um carro potencialmente mais divertido.”
Em andamento, o mais acessível dos Supra parece sempre mais veloz do que os seus 258 cv sugerem, graças à caixa automática ZF de oito velocidades, rápida e bem escalonada
Em andamento, o mais acessível dos Supra parece sempre mais veloz do que os seus 258 cv sugerem, graças à caixa automática ZF de oito velocidades, rápida e bem escalonada. No modo Sport a programação está tão bem conseguida que não sentimos necessidade de usar as patilhas atrás do volante. As passagens de caixa são feitas com suavidade e precisão e as reduções nas travagens garantem estarmos sempre na mudança certa ao entrarmos em curva. Por isso, somos obrigados a concordar: o Supra 2.0 litros é muito divertido de conduzir numa estrada sinuosa, e é também mais fácil explorar o seu potencial, face aos seis cilindros, mais intimidador. O responsável da Toyota acrescenta ainda que a comparação natural não será o descapotável Z4, mas sim o Porsche Cayman, do qual o Supra ficou muito perto nos testes em Nürburgring. Como não tivemos a oportunidade de testar o GR Supra em pista, ficámos com a impressão que a afinação da suspensão variável adaptativa está perfeita, mesmo nas estradas em mau estado quando andámos mais rápido, com o diferencial ativo a deixar escorregar a traseira nas curvas na conta certa.
A direção dá-nos uma leitura muito precisa do que se passa entre as rodas dianteiras e a estrada, sendo muito fácil, em curva, colocar a frente do Supra na trajetória certa
O interior pode ser algo claustrofóbico porque a área vidrada não é muito ampla e o próprio para-brisas é relativamente pequeno
O interior pode ser algo claustrofóbico porque a área vidrada não é muito ampla e o próprio para-brisas é relativamente pequeno. Não esconde a utilização das soluções partilhdas com o Z4 e, na verdade, a sobriedade germânica é bem-vinda, assim como a qualidade dos materiais e o rigor da montagem. Os bancos são confortáveis e oferecem muito apoio, sendo um desportivo, o acesso pode não ser o mais prático: escorregamos para nos sentarmos e é preciso algum balanço para sair.
É possível fazer uma vida diária com este coupé desportivo de dois lugares desde que não nos importemos com os olhares curiosos
É possível fazer uma vida diária com este coupé desportivo de dois lugares desde que não nos importemos com os olhares curiosos – o GR Supra chama a atenção e não se veem muitos a circular. Talvez pelo nosso entusiasmo, e pelo facto de só termos andado no modo Sport, não conseguimos consumos abaixo dos 8,9 litros aos 100 quilómetros. No entanto acreditamos ser possível conseguir perto dos 7,5 litros anunciados pela marca se escolhermos o modo Normal. O espaço para bagagem é suficiente para viajar a dois, com a garantia de que no trajeto nunca vai haver monotonia.
Ficha técnica
2.0 Cilindrada (cc) 1998 Nº cilindros 4 em linha Turbo twin-scroll Transmissão RWD Potência (cv [kW]) 258 [190] Binário (Nm) 400 0-100 km/h (s) 5.2 Velocidade máxima (km/h) 250 Peso Bruto (kg) 1395 CO2 WLTP (g/km) 170
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