A Toyota Caetano Portugal, nas palavras do seu Presidente José Ramos, admite ter visto a aprovação do Orçamento do Estado para 2021 com “total espanto”, deixando a marca “incrédula” perante a decisão de terminar com os incentivos fiscais à aquisição de automóveis híbridos e híbridos plug-in. A marca adianta mesmo que esta posição vai de encontro às pretensões ambientais na descarbonização dos transportes.

“Tomada de forma unilateral pelo governo, sem qualquer consulta aos representantes do setor, a Toyota não entende o alcance da medida, que é contrária à política ambiental do Governo, conduzindo à redução das vendas de viaturas eletrificadas híbridas e ao aumento das viaturas convencionais mais poluentes”, é referido em comunicado emitido pela companhia sedeada no Norte de Portugal.

Mostrando-se contra esta medida, a Toyota lembra que a “a tecnologia Híbrida Toyota não apenas economiza combustível, mas também oferece emissões de CO2 mais baixas que um veículo convencional com motor a combustão. No caso dos veículos Toyota os veículos circulam em cidade até 50% do tempo em modo elétrico, logo sem emissões e melhorando em muito o desempenho ambiental do veículo. Em comparação com os veículos com motorizações convencionais, o nível de emissões dos veículos híbridos é significativamente inferior”.

E aponta alguns exemplos: o Yaris 1.5 Hybrid com 88 g/km de CO2 contra os 128 g/km da versão com motor 1.0 a gasolina ou o Corolla 1.8 Hybrid com 111 g/km de CO2 contra os 151 g/km do modelo com motor 1.2 a gasolina. A Toyota recorda, ainda, que “todos os veículos passam por rigorosos testes de certificação e homologação a nível europeu que comprovam estes valores”.

Esta medida, refere ainda a Toyota, vem castigar ainda mais o setor automóvel em Portugal, fazendo esta medida agora aprovada no Parlamento “com que uma tecnologia mais amiga do ambiente seja menos competitiva, levando ao consequente incremento do número de viaturas com motorizações convencionais em circulação com emissões de CO2 superiores. Nesse sentido esta medida é um retrocesso na política ambiental do Governo”. Além disso, não promove a renovação do parque automóvel circulante em Portugal que, com uma média de 13 anos, é dos mais antigos da Europa.

Apelando ao regresso do incentivo ao abate de carros antigos e tecnologicamente desatualizados, sublinha que “os veículos eletrificados com a tecnologia híbrida e plug-in híbrida são uma solução amiga do meio ambiente” e que não existe no Orçamento do Estado paras 2021 qualquer limite à importação de veículos usados mais poluentes.

José Ramos termina com mais uma forte crítica ao Governo: “O critério definido pelo Governo para descriminação fiscal positiva das viaturas híbridas menos poluentes é um absurdo. É estabelecido um parâmetro de elegibilidade que nem sequer é mensurável nem consta da homologação técnica das viaturas. O resultado foi a exclusão de todos os modelos híbridos não plug-in da taxa reduzida de ISV”.

Recorde-se que, em matéria de híbridos convencionais (não ligando à tomada), a Toyota é uma das marcas líderes, com uma grande experiência na matéria, fruto de milhões de veículos vendidos e de mais de duas décadas de produção em série.