M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Agora que os voos comerciais de longa duração estão a ficar cada vez mais longos, as companhias aéreas necessitam de repensar o conforto dos passageiros no seus aviões. Com os novos Boeing 787-9 a permitirem fazer voos diretos entre a Austrália e a Europa, passando 17 horas no ar, as companhias aéreas australianas preparam-se agora para oferecer voos de 20 horas, cujo tempo de duração obriga a oferecer novos confortos, incluindo camas verdadeiras e até ginásios.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

A Qantas, principal companhia aérea australiana está a preparar a criação de duas novas rotas, ambas partindo de Sydney, e destinadas a voar diretamente a Londres e Los Angeles, sem paragens, pelo que deverão ficar no ar durante 20 horas. Para isso, o CEO da Qantas, Alan Joyce, desafiou os dois construtores rivais, Airbus e Boeing, a criar um avião capaz de transportar 300 pessoas e respetiva bagagem na longa viagem, além de combustível suficiente para situações anómalas, como ventos contrários e outras emergências.

Os aviões do Project Sunrise deverão estar prontos em 2022, e vão incluir espaços que vão ser uma completamente novidade na aviação comercial, incluindo camas ou beliches, espaços infantis, um bar e um pequeno ginásio para exercício físico, algo necessário para manter a forma durante o longo voo. A Airbus é quem está mais avançada, preparando-se para introduzir beliches já no A330, em 2020, antes de os colocar no A350 para os voos partindo da Austrália. A Boeing ainda não revelou pormenores mas planeia usar o avião 777X como base.

O interesse das operadoras aéreas em rotas mais compridas e aviões de maiores dimensões são uma consequência do aumento dos custos com os combustíveis, com um voo direto a evitar o que antes teria sido uma escala obrigatória, com rotas mais longas e duas manobras para levantar voo e aterrar. Ao mesmo tempo, é necessário transportar mais passageiros por voo, mas os voos longos ampliam a sensação de jet lag, e também obrigam a ter espaço adicional para permitir aos passageiros espaço para se moverem ou para descansarem mais confortavelmente. No entanto, o trajeto vai ser tão grande que vai causar problemas com os horários dos pilotos, necessitando de autorização das autoridades aéreas internacionais.

A Airbus não é a única interessada nestes trajetos de 20 horas, pois a Singapore Airlines já anunciou este ano que vai começar um trajeto direto para Nova York, começando em outubro, sem parar em qualquer outro ponto do território americano. Este vai ser, para já, o voo direto mais longo, demorando 19 horas, batendo o voo da Qatar Airways entre Doha e Auckland, capital da Nova Zelândia.

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