M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
A companhia australiana Qantas está novamente na vanguarda dos transportes aéreos. Este ano, a transportadora trabalhou bastante para reduzir a sua pegada ecológica, e para isso lançou o seu primeiro voo em que os motores do avião são movidos a biocombustível. O voo faz a ligação entre Los Angeles e Melbourne, numa viagem que demora 15 horas, e o novo biocombustível permite-lhe reduzir as emissões de CO2 em 18 toneladas por voo.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

O biocombustível é feito a partir de Brassica carinata, uma semente de mostarda não comestível, que foi criada especificamente para uso industrial. Esta semente de mostarda é resultado de engenharia genética e foi criada pela Agrisoma. Cada voo do Boeing Dreamliner 787-9 da Qantas necessita de 24 toneladas de biocombustível, que vai ser produzido em massa por agricultores australianos. Isto vai permitir à operadora aérea usar este combustível ecológico em mais voos até 2020, reduzindo as emissões de CO2 em 80 por cento por cada avião que coloca no ar. Os primeiros testes com biocombustível começaram a ser feitos em 2012.

Dada a necessidade de um grande volume de terreno para plantar esta semente de mostarda, a Agrisoma desenvolveu-a para poder ser plantada em terrenos agrestes, onde normalmente a produção agrícola para alimentação não é viável. Também pode aproveitar períodos de rotação de culturas, pelo que nunca vai retirar espaço à produção de comida nem vai afetar negativamente o preço desta. Cada hectare de B. carinata produz 2000 litros de óleo de mostarda, dos quais se consegue aproveitar 400 litros para biocombustível e outros 1400 para biodiesel.