M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
A natureza é sobre uma boa fonte de inspiração para a criação de novas tecnologias. Mas, às vezes, demora algum tempo a entender como a natureza funciona. Já existem aviões planadores, mas estes não eram capazes de replicar o mesmo movimento de aves planadoras marinhas e de rapina, como gaivotas, albatrozes, águias ou abutres. Pelo menos, não eram, mas um grupo de engenheiros conseguiu “ensinar” um robô-planador a voar como estes animais.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Para fazer com que as máquinas sejam capazes de entender o voo das aves, um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia de San Diego programaram o sistema de inteligência artificial do robô-planador para aprender com a experiência, acumulando conhecimento para poder navegar sem qualquer instrução, depois de reconhecer a presença de correntes termais na atmosférica. Aproveitando estas como base de sustentação, tal como fazem as aves, o planador conseguiu atingir, sozinho, altitudes de 700 metros.

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica Nature, mostrando como a aceleração vertical do vento e o rolamento do corpo são usados pelas aves para planar. O objetivo agora é aproveitar estas descobertas para novos tipos de robô-planador ou aviões não-pilotados aprenderem a navegar sozinhos, reconhecendo a existência de correntes de ar quente na atmosfera.

O sistema autónomo do robô-planador usa um tipo de aprendizagem inspirado em psicologia comportamental. Tal como um ser humano, a máquina ganha experiência aprendendo a reconhecer a maneira mais eficiente de realizar uma ação conforme o número de vezes que pratica uma tarefa, e melhorando de cada vez que a ação é repetida. Neste caso, a aeronave autónoma aprendeu a reconhecer a velocidade e direção dos ventos e a temperaturas das correntes de ar, criando uma estratégia para ganhar altitude.