Aston Martin DB5 de James Bond vai a leilão

22/06/2019

No final do ano de 1963, o designer Ken Adam e John Stears, o homem responsável pelos efeitos especiais, visitaram a fábrica da Aston Martin a fim de encontrar um modelo da casa britânica para ser o automóvel protagonista no filme do 007, o Goldfinger imaginado por Ian Fleming. A escolha recaiu no Aston Martin DB5, Stears persuadiu a Aston Martin a vender-lhe um dos protótipos do modelo lançado nesse mesmo ano, equipado com um motor de seis cilindros em linha, com dupla árvore de cames à cabeça, três carburadores SU, 4.0 litros de cilindrada, desenvolvendo 286 cv 5500 rpm.

Dois Aston Martin DB5 foram entregues à Eon Productions para iniciar as filmagens. Um deles seria utilizado para as cenas de perseguição e manobras e, por esse motivo, necessitava de ser leve e rápido. O outro exemplar seria utilizado para as cenas filmadas no interior e planos fechados, necessitando de ter equipado os vários “gadgets” funcionais. O sucesso do filme Goldfinger significou também o sucesso da Aston Martin, pois fez despoletar as vendas do DB5.

Os produtores viram aqui um enorme potencial e para o filme Thunderball encomendaram mais dois exemplares do DB5, com os chassis DB5/2008/R e DB5/2017/R. Estes seriam modificados para terem as mesmas funcionalidades dos utilizados no Goldfinger. Posteriormente, foram levados para os EUA, de modo a publicitarem o filme. Após o seu regresso dos EUA não voltaram a ser utilizados para as filmagens dos próximos filmes de James Bond, pois os produtores queriam automóveis mais modernos e foram vendidos em 1969. Ambos foram adquiridos pelo coleccionador Anthony Bamford, que posteriormente vendeu o DB5/2008/R a B.H. Atchley, dono do Smokey Mountain Car Museum, em Pigeon Forge, Tennessee, ficando em exposição no museu durante 35 anos. Em 2006, a RM Sotheby’s levou este modelo a leilão, tendo sido restaurado na Suíça pela Roos Engineering, uma das empresas da Heritage Specialists da Aston Martin.

O exemplar com o chassis DB5/2008/R pintado na cor Snow Shadow Gray, está equipado com pára-choques hidráulicos, uma metralhadora Browning de calibre 30, em cada guarda lamas, saindo dos piscas. Além destas funcionalidades, tem ainda nos cubos das rodas um mecanismo para desfazer os pneus a outros automóveis, máquina de fumo e de lançar óleo, várias matrículas que rodam entre elas, radar no painel de instrumentos, foi adicionado um vidro traseiro à prova de bala e uma das mais famosas, o banco do pendura ejectável. Apesar de nunca ter sido utilizado durante as filmagens, este DB5 estava também equipado com um telefone na porta do condutor e um compartimento secreto, por debaixo do banco do condutor, com várias armas.

O exemplar apresenta-se em leilão com as 13 modificações feitas para o filme 007 totalmente funcionais, com as especificações MI6 Q Branch. É um dos três sobreviventes dos modelos encomendados na época pela Eon Productions, num total de quatro, já que o primeiro exemplar está desaparecido desde 1997. A RM Sotheby’s irá oferecer este Aston Martin DB5 de 1965 em leilão na sua venda anual em Monterey, a 15 de Agosto de 2019. A leiloeira estima que o valor da venda se fixe entre os quatro e os seis milhões de dólares.

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