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Conheça a lenda urbana do carro soviético da morte

GAZ M1 "Emka" (1936-1943) Cópia soviética do Ford Model A de 1932. Teve uma versão especial feita para agentes da NKVD. FOTO Alexxx1979 CC BY-SA 3.0
GAZ-12 "ZIM" (1950-1960) Era uma versão estendida do compacto GAZ-20 "Pobeda", com seis lugares, feita para o aparelho do Estado soviético. Durante grande parte da sua existência, foi conhecido como ZIM, em honra a Vyacheslav Molotov, mas quando este se tornou persona non grata, todas as referências oficiais ao nome ZIM foram apagadas. FOTO Pjotr Mahhonin CC BY-SA 4.0
GAZ-21 "Volga" (1956-1970) A primeira geração do modelo Volga foi baseada visualmente no Ford Mainline. O carro foi um grande sucesso de vendas no mercado soviético, e um exemplar foi oferecido a Yuri Gagarin depois do primeiro voo orbital do cosmonauta. Uma série especial, denominada M23, foi desenvolvida com um motor V8 para a KGB. FOTO Dick Elbers CC BY-SA 3.0
GAZ-13 "Chaika" (1959-1981) Limusine produzida para a cúpula do Estado soviético e dos aliados da URSS. Motor e transmissão foram copiados de modelos da luxo da Chrysler. Nikita Krushchev tinha uma adoração especial pelo seu carro e até oferecer um a Fidel Castro. FOTO János Tamás CC BY 2.0
GAZ-24 "Volga" (1970-1985) A segunda geração do Volga chegou a ser exportada, até mesmo para o mundo ocidental, mas na União Soviética era preciso uma licença especial para comprar um. Foi o carro usado pelos guardas para proteger a Tocha Olímpica nos Jogos Olímpicos de 1980. FOTO Stefan Kühn (domínio público)
GAZ-14 "Chaika" (1977-1987) Passou uma década em pré-produção, e foi o segundo e último Chaika. Tinha mais de seis metros de comprimento, sete lugares e motor V8 de 220 cv. Como parte da Perestroika, Mikhail Gorbachev ordenou o fim da sua produção, bem como o desmantelamento da linha de montagem. FOTO Max Schwalbe CC BY-SA 4.0

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Nos anos 60, uma lenda surgiu na União Soviética que um automóvel, que rapidamente foi batizado surgia de noite para raptar crianças. O carro soviético da morte era descrito como lançando fogo, adornado com chifres, e era conduzido pelo próprio Diabo. A lenda espalhou-se rapidamente a outros países do bloco soviético, incluindo a Polónia, onde foi batizado como “Volga Negro”, um nome que permanece até hoje.

Na verdade, a lenda vai mais longe, pois a NKVD, uma das agências antecessoras da KGB, já usava carros pretos com preparação especial no final dos anos 30. Estes eram construídos na fábrica GAZ, de onde mais tarde surgiriam os modelos com as marcas Volga e Chaika. Assim, ainda antea da Segunda Guerra, já eram associados às purgas de Stalin.

Nos anos 50, a marca Volga ficou associada ao afastamento do então vice-primeiro-ministro Molotov, por incompatibilidades com Khrushchev. Os raptos de crianças só ficaram associados à lenda nos anos 60 e ganharam força em repúblicas soviéticas que não a Rússia, bem como no Pacto de Varsóvia e a Mongólia, mas nunca houve nenhuma explicação para esta associação. Também se dizia que quem desafiasse o carro soviético da morte desapareceria dentro de 24 horas.

Depois da desagregação da União Soviética, a GAZ nunca renovou a sua gama de automóveis de passageiros, deixando de os produzir em 2011. O “Volga Negro” passou a ser identificado com modelos de luxo importados, também de cor negra, os preferidos da máfia russa.