Prevista incialmente para ficar concluída no início de 2021, a fusão entre os grupos PSA e Fiat Chrysler Automobiles (FCA) poderá sofrer um atraso devido à pandemia de Covid-19, mesmo que, oficialmente, tudo decorra sem aparentes sobressaltos.
Aquele que poderá vir a ser o quarto maior grupo automóvel mundial, composto as marcas Peugeot, Citroën, DS Automobiles, Opel, Fiat, Alfa Romeo, Jeep e Maserati, está ainda numa fase de intenções, sabendo-se que o anúncio foi feito no passado mês de outubro. No entanto, fontes ouvidas pela AFP e citadas pelo site francês Le Point, sob anonimato, indicam que os preparativos jurídicos se mantêm, com os advogados de ambas as partes a laborarem nos pressupostos da fusão entre os dois grandes grupos automóveis.
No entanto, o coronavírus e o impacto nas economias poderá ter implicações na fusão entre as duas companhias, tanto na Europa, como nos Estados Unidos, com as tais fontes próximas do negócio a indicarem que se “os dois grupos necessitam daquele casamento devido aos pesados investimentos que serão necessários fazer nos veículos elétricos”, será também necessário “rever os termos financeiros à partida”.
Isto porque os dois grupos previam, à partida, a distribuição de um dividendo de 1.1 mil milhões de euros aos seus respetivos acionistas referente a 2019, mas a possível necessidade de ajuda financeira para fazer face aos impactos do novo coronavírus poderão invalidar essa premissa. Outro fator a ter em conta será a perda de valor em bolsa da francesa Faurecia, da qual a PSA detém 46% do capital e que seria distribuída pelos seus acionistas.
Contudo, fonte da PSA confirmou à AFP que “mais do que nunca, esta fusão faz todo o sentido no contexto que nós vemos dia após dia, as nossas equipas continuam a trabalhar com o mesmo empenho. No contexto de uma tal crise sanitária, consideramos inapropriado especular sobre a modificação das condições do acordo”.