Covid-19. Ventiladores oferecidos pela Tesla já chegaram à Europa

19/04/2020

A Tesla está a doar ventiladores para ajudar na luta contra o COVID-19 e os hospitais já começaram a receber os equipamentos. Espanha foi presenteada.

Elon Musk disse que a Tesla poderia produzir ventiladores para ajudar na luta contra o coronavírus. Agora sabe-se que não apenas que vai passar à ação (a unidade de Buffalo reabriu para esse efeito), como já há diversas unidades hospitalares a receber os equipamentos que, entretanto, ele adquiriu a terceiros, designadamente ResMed, Philips & Medtronic.

O próprio patrão da Tesla publicou no seu Twitter uma lista de alguns dos hospitais que receberam ventiladores e máscaras doados por si para acudir à crise de saúde pública gerada pela COVID-19.

Como é natural, encontram-se muitos hospitais norte-americanos na lista, mas entre os beneficiados estão também dois hospitais espanhóis: o Hospital de Campo IFEMA em Madrid e o Hospital Universitário de Burgos.

Local habitual de feiras, o Ifema (Madrid) aloja um hospital de campanha devido à COVID-19. Um total de 20 ventiladores foram ali entregues, doados pela Tesla.

A lista dos hospitais dada a conhecer por Musk é esta:

Para Espanha, que tem sido das nações mais devastadas, foram despachados 40 destes ventiladores mecânicos. Tanto o Hospital de Campo IFEMA em Madrid como o Hospital Universitário de Burgos agradeceram publicamente a dádiva de Musk.

Nos EUA, nação também muito afetada pela pandemia, o hospital universitário da UCLA, na Califórnia, foi um dos que agradeceu publicamente, através do Twitter, a doação de Musk, à qual a Tesla respondeu, mostrando a sua satisfação por poder ajudar.

De resto, a solidariedade de Musk levou a que, pelo menos, um condutor tenha colocado um autocolante improvisado na traseira do seu veículo com a frase “In Musk we trust” (Em Musk confiamos”).

Todas estas entregues surgem após críticas, nos EUA, que alegavam que os ventiladores da Tesla não seriam eficazes, dado que eram para tratar a apneia do sono (BiPAP – Bilevel Positive Airway Pressure) e não ventiladores invasivos (intratraqueais) que os hospitais precisam para tratar os casos graves do coronavírus internados nas Unidades de Cuidados Intensivos.

Musk esclarece, porém, que os equipamentos foram solicitados diretamente pelos próprios hospitais, “com as especificações exatas de cada unidade fornecida antes do envio”.

Especialistas médicos acrescentam que mesmos estes ventiladores BiPAP são úteis, pois facilitam a respiração de doentes com sintomatologia menos severa de COVID-19.

E dada a necessidade, alguns hospitais como os da rede Northwell Health, que inclui 23 hospitais em Staten Island, Brooklyn Queens e Long Island, estão a adaptar estes ventiladores BiPAP, conectando tubos de respiração e filtros, para os poderem usar nos doentes em estado mais grave com COVID-19.

“Não recomendamos que todos o façam, mas entre duas opções – nenhum ventilador e o paciente morre ou usar esse método – estamos a adotar a segunda abordagem”, afirma Hugh Cassiere, diretor do hospital universitário de North Shore, em Long Island.