A história do Dino está intrinsecamente ligada à curta e trágica vida de Alfredo Ferrari, único filho de Enzo Ferrari e da sua mulher Laura.

Alfredino ou Dino, como era carinhosamente chamado, nasceu em 1932. Cumprindo uma promessa antiga, o seu nascimento levou Enzo a terminar a carreira de piloto, dedicando-se à gestão da sua própria equipa. Mais tarde, quando Enzo já fundara a Ferrari, Dino Ferrari começa a ter formação de engenharia mecânica. Realizou alguns estudos relativos a um pequeno motor de seis cilindros em V a 65º, com dupla árvore de cames, para ser utilizado na Fórmula 2, na época de 1957.

Infelizmente, o jovem Ferrari já não assistiu a esta estreia, vitimado no ano anterior por uma distrofia muscular.

Terminado por Vittorio Jano e Andrea Fraschetti, o motor, que tinha na abertura a 65º do seu V a característica mais original, acabou por ser desenvolvido até à capacidade de 2,5 litros na F1. E deu a Mike Hawthorn o título de Campeão do Mundo em 1958.

Quando, em meados dos anos 1960, Enzo Ferrari concebeu um desportivo mais pequeno e acessível, adoptou a designação Dino, simultaneamente como homenagem ao seu filho e para distinguir o pequeno “Ferrari” dos outros, equipados com motor V12.

O acordo entre a Fiat e a Ferrari – concretizado em 1965 e que dava à primeira progressiva participação sobre a segunda – tornou viável a produção do Dino 206/246 GT. A produção dos V6 pela Fiat aumentou a economia de escala, permitindo homologar aquele motor para a utilização em Fórmula 2.

Sergio Pininfarina, o então jovem responsável da famosa “griffe”, foi decisivo para que o novo modelo tivesse motor central traseiro, que Ferrari considerava demasiado exigente para um condutor médio.

O Dino 206 GT, cuja carroçaria era em alumínio, inaugurou ainda uma nova designação dos modelos Ferrari. Mantinha-se a designação com três números, mas em vez da cilindrada específica por cilindro, passou a designar primeiro a cilindrada absoluta, depois o número de cilindros. Neste caso, 2 litros, 6 cilindros. A sua construção artesanal e uma produção durante poucos meses garantiu que apenas 152 fossem construídos.

Os motores eram construídos e rodados pela Fiat e, em 1968, surgiu uma nova versão, com o bloco em ferro fundido, 2,4 litros e 195cv.

O novo Dino 246 GT era 6 cm mais comprido e a sua carroçaria em aço aumentou o peso total em 50kg. Exteriormente, as principais diferenças eram as jantes de cinco parafusos em vez de porca central e a tampa do depósito de combustível, escondida no 246 GT. Este teve três séries diferentes (L, M e E), mas as diferenças eram mais de pormenor, com substituição dos discos de travão Girling por ATE, pequenas alterações nos carburadores, pára-choques e grelha frontal modificadas e pormenores de acabamento, como revestimentos, vidros eléctricos, etc… A carenagem dos faróis que muitas vezes vemos nestes modelos era um opcional produzido pelo representante da Ferrari no Reino Unido e apenas disponível naquele mercado.

Em 1972 surgiu a versão GTS, com tejadilho tipo Targa, que se podia guardar atrás dos bancos. Em 1974 terminou a produção do Dino 246 GT/GTS, depois de 3.913 exemplares produzidos. Apesar de o modelo seguinte ter sido o Dino 308 GT4 (que passou a receber a designação Ferrari algum tempo depois), o verdadeiro sucessor do Dino foi o Ferrari 308 GTB de 1976.

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