No âmbito de um esforço para reduzir as emissões poluentes no centro da cidade, Lisboa e Vale do Tejo terá até ao final do ano um plano para situações de poluição do ar, estando em cima da mesa medidas como a inibição de entrada de veículos na capital, conforme assumiu em declarações à Agência Lusa o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins.
Outras medidas em estudo passam pela inibição da entrada de veículos a determinadas zonas da cidade – ou totalmente -, além de se poder vir a ‘bloquear’ a sua entrada através da matrícula ou do tipo de combustível.
Carlos Martins referiu estar convicto de que, “até final do ano, o plano estará aprovado e passará a ser a referência de conduta relativamente a este tipo de problemas. O plano está em vias de ser aprovado e passar a ser uma referência para a política do ar em Portugal, esperamos que essas medidas possam ser levadas a outras cidades”, num desafio em conjugação com os municípios”.
Estratégia nacional
Esta é uma das decisões do Governo que também já aprovou uma estratégia nacional para a qualidade do ar e iniciou a modernização da rede de recolha de dados para controlar as situações de poluição atmosférica, com um investimento superior a dois milhões de euros, através do Fundo Ambiental e de fundos das cinco CCDR.A avenida da Liberdade, em Lisboa, registou excedências do valor máximo permitido em dois agentes poluentes, na terça e quarta-feira, revelou hoje a associação ambiental Zero, que defende a necessidade de avisar a população, mas também de avançar medidas preventivas, como restringir o trânsito.
A situação deste ano torna-se mais grave na medida em que se verificam condições climatéricas excecionais, com vento fraco, temperaturas elevadas, pouca dispersão de poluentes, e mais tráfego, o que se traduz numa maior concentração de poluentes, como partículas finas ou dióxido de azoto que afetam a saúde, principalmente dos grupos mais frágeis.
“Foram identificadas em Portugal duas situações com alguma criticidade, alguns eixos centrais de Lisboa e Porto, sempre associados à questão do transporte e aos veículos, e também há uma ou outra situação ligada à questão do ozono, que tem muito a ver com as situações climáticas”, apontou o secretário de Estado do Ambiente.
Este ano, “tivemos uma situação adversa dos incêndios que veio perturbar um pouco a qualidade do ar porque há mais partículas em suspensão que conjugada com as temperaturas elevadas e com ausência de vento”, acrescentou.
Com Lusa