No mês de abril deste ano, o crescimento foi substancial face ao mesmo mês do ano passado, com um total de 1.029.008 unidades, numa melhoria evidente resultante da abertura deste ano dos diferentes mercados em comparação direta com o encerramentos de concessionários do ano passado, aproximando-se de valores pré-pandemia.
Ainda assim, de acordo com os dados revelados pela JATO Dynamics, que compila e analisa os diferentes mercados automóveis, o volume de vendas de 2021 ainda é inferior ao do ano de 2019 – face a abril desse ano, os registos de 2021 foram 23% inferiores. Aliás, conjugando as informações dos 26 mercados analisados da Europa, o volume de abril de 2021 foi o segundo pior dos últimos 20 anos – apenas superado por abril de 2020.
Segundo Felipe Munoz, analista global da JATO Dynamics, “estes resultados indicam que a recuperação vai ser mais lenta do que muitos esperavam e, a curto prazo, isso não vai ser um grande encorajamento para os construtores já ocupados com os desafios de se adaptarem ao cumprimento das emissões”.
No que diz respeito ao cômputo do ano, o valor acumulado de janeiro a abril de 2021 é 25% inferior ao de 2019, sendo o segundo mais baixo desde 2001. Os veículos elétricos têm conseguido, de certa forma, esbater as dificuldades, aumentando os seus registos, mas de acordo com Munoz, “como esses veículos são mais caros, estamos a ver menos unidades comercializadas em comparação com os tradicionais modelos de motor de combustão interna”.A procura por veículos elétricos aumentou 338% para 71.500 unidades e os plug-in híbridos tiveram um crescimento de vendas de 507%, para 81.000.
O recém-lançado Volkswagen ID.4 liderou o ‘ranking’ dos veículos 100% elétricos, com 7335 unidades vendidas, frente aos 5735 exemplares do ID.3, que ficou em segundo lugar, ao passo que o Renault ZOE ficou na terceira posição, com 4015 unidades vendidas em abril. Nas duas posições seguintes ficaram o Peugeot e-208 e o Hyundai Kauai/Kona Electric, com 3533 e 3383 unidades matriculadas, respetivamente. Munoz indica que também aqui a tendência SUV é evidente, com os elétricos em formato SUV a começarem a ganhar espaço.
O contributo dos modelos elétricos ajudou o Grupo Volkswagen a crescer 34% no mercado europeu de elétricos em abril, conseguindo ser até melhor nesse segmento do que no mercado total, no qual a sua quota de mercado foi de quase 27%. Com efeito, os elétricos estão a compensar as perdas da Volkswagen com os modelos de combustão interna tradicionais: o Golf, por exemplo, foi o terceiro mais vendido do mês, mas o seu volume decresceu em 49% face a abril de 2019.
