Invento de antigo engenheiro da Fiat pode permitir o regresso dos convívios à mesa sem o risco de contágio.

O projeto está ainda em fase experimental, aguarda o registo de várias patentes e, por isso, são ainda escassos pormenores que permitam em rigor o seu funcionamento. Mario Palazzatti, antigo engenheiro do centro de pesquisa e desenvolvimento da Fiat, precursor no estudo e no desenvolvimento de um sistema de antibloqueio das rodas (ABS) para camiões, há mais de cinquenta anos, explica que servirá para criar um campo aerodinâmico que faz com que as gotículas de saliva que possamos expelir durante uma conversa, uma das principais formas de contágio do novo coronavírus, não possam progredir no ar e regressem na nossa direção.

O italiano de 84 anos conhecido no meio como o “Mr.ABS”, em alusão ao sistema de segurança que ajudou a democratizar na indústria automóvel, começou a trabalhar neste aparelho há cerca de dois meses, com objetivo de ajudar a contornar as dificuldades do distanciamento social no funcionamento de escolas, escritórios, bares e restaurantes, enquanto a crise pandémica continua a fazer vítimas em todo o mundo.

Este dispositivo, chamado Biostopper, que tem o tamanho de uma cafeteira elétrica está projetado para criar uma cortina de correntes de ar direcionadas, permitindo criar uma espécie de barreira invisível entre duas pessoas. Os ensaios prosseguem neste momento no Instituto Politécnico de Turim, que acredita que possa ter um protótipo finalizado ainda no mês de julho, prevendo a comercialização para o final do verão.

Em declarações à Reuters, Marco Simonetti, professor no departamento de energia, explica que o conceito é simples, “a ambição não é eliminar o vírus, mas poder reduzir a distância de segurança entre as pessoas”.

De acordo com aquele especialista, o Biostopper estava inicialmente desenhado para permitir que duas pessoas pudessem conviver com bastante proximidade, mas acredita-se que possa funcionar também para pequenos grupos.