Ferrari 250 GT/E: O primeiro modelo de quatro lugares da casa de Maranello

10/05/2020

A Ferrari sempre foi uma marca de grande prestígio, nascida no mundo da competição ao mais alto nível, sempre teve as performances e a sensação de condução como prioridades.

Vários foram os automóveis icónicos saídos da fábrica da Ferrari, mas, nos anos 50, nascia uma série de automóveis de competição e de estrada que marcaria a história da marca para sempre, os Ferrari 250, sendo uma linha de modelos com grande sucesso para a marca, nos primeiros anos de vida. Estes modelos, caracterizam-se por na sua maioria utilizar o motor Colombo Tipo 125 V12 de 1.953cc de cilindrada, desenhado por Gioacchino Colombo, conhecidos pela sua leveza e extracção de grande potência. A designação do modelo de 250, provém do motor, sendo a capacidade unitária de cada cilindro.

Os modelos de estrada da série 250 eram vendidos sob a forma de chassis com mecânica, para os vários carroçadores italianos construírem as suas carroçarias e interiores, sendo na maioria dos casos, construídos sob encomenda dos seus clientes. Entre as carrozzerias responsáveis pela sua construção, estavam a Pininfarina, a Vignale, a Boano, a Ellena, a Scaglietti, entre outras.

Em 1960, a Pininfarina iniciou o fabrico do 250 GT/E, que ficaria na história da marca, por ser o primeiro modelo de quatro lugares, numa configuração 2+2, produzido em larga escala. Os bancos traseiros davam uma maior utilidade ao automóvel, mas só se poderiam sentar crianças, pois os adultos iriam ter uma viagem desconfortável. Este modelo era construído no chassis maior, o LWB ou long wheelbase, de 2.600 mm e o maior espaço interior foi conseguido movendo o motor um pouco para a frente. Foi apresentado nas 24 Horas de Le Mans de 1960, sendo o automóvel da prova.

No Ferrari 250 GT/E, por ser um automóvel mais estradista, a potência debitada do motor Colombo era de 240 cv. Nas primeiras duas séries vinham equipados com jantes Borrani RW3591, enquanto que na última série vinham com jantes Borrani RW3690, em todas equipadas com pneus Pirelli Cinturato nas medidas 185VR15. Ao todo existem três séries deste modelo, com a produção da Série I a acontecer de 1960 a 1961, da Série II de 1961 a 1962 e da Série III de 1962 a 1963. Da Série I para a Série II as diferenças são pouco notórias, alterando somente o tablier. Para a Série III já foram alterados alguns pormenores exteriores, como por exemplo a colocação dos faróis de longo alcance que passam da grelha para a carroçaria, montados na zona inferior dos faróis principais e, além disso, os farolins passaram de três peças individuais para uma peça única de cada lado.

O Ferrari 250 GT/E foi produzido até 1963 em 957 exemplares, incluindo os primeiros protótipos construídos em 1959 e que as maiores alterações se centravam na grelha frontal e no pisca lateral, que era redondo e montado numa posição baixa. Por séries, cerca de 300 exemplares foram construídos na Série I, cerca de 348 na Série II e cerca de 305 na Série III. Dos modelos de volante à direita, foram produzidos 10 exemplares na Série I e 23 na Série II. Em 1962, foi ainda produzida duas unidades específicas para a polícia italiana, que estiveram ao serviço em Roma de 1963 a 1968. Este modelo também ajudou a Ferrari, ao nível financeiro, a “respirar saúde” durante a década de 60.

Tiago Nova/Jornal dos Clássicos

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