O atual responsável máximo da Honda, Takahiro Hachigo, vai abandonar o cargo de CEO no final do mês de março, sucedendo-lhe um engenheiro, Toshihiro Mibe, no caminho da marca para a eletrificação.

Empenhada numa transição para a mobilidade elétrica, mas ainda confiante de que os híbridos são uma excelente solução intermédia, a Honda anunciou que Hachigo irá deixar o cargo de CEO, com Mibe, presidente da área de pesquisa e desenvolvimento, a assumir aquela posição a 1 de abril. Hachigo permanecerá no conselho de administração.

Aos 59 anos, este engenheiro tem já vários anos de ‘casa’, tendo ingressado na Honda em 1987 e trabalhado no desenvolvimento de motores ao longo dos anos. A seu cargo terá agora os destinos globais da marca, embora seja de esperar que a linha preconizada por Hachigo seja para manter, o que inclui o plano de eletrificação progressivo até ao final da década.

Hachigo levou a cabo um plano profundo de reestruturação da marca ao longo do seu período enquanto CEO, simplificando gamas e processos de produção e, numa medida significativa para a sua malha produtiva, decidiu finalizar as operações da Honda em Swindon, no Reino Unido, onde a marca produz o Civic de cinco portas até ao final da atual geração (que irá acabar em 2021).

Porém, as vendas da marca na Europa têm vindo a cair de forma significativa e nem o seu primeiro elétrico, o Honda e, trouxe grande impulsão, sobretudo num momento em que a pandemia de Covid-19 trouxe repercussões dramáticas para a indústria automóvel na Europa. Note-se que no Japão e nos Estados Unidos da América, as operações da marca têm conseguido resultados positivos ou estáveis.

Abordando esta sua nova missão, o futuro CEO da Honda aludiu à “grande responsabilidade” associada ao cargo, demonstrando o seu empenho em “liderar a ‘nova Honda’ ao demonstrar os meus pontos fortes ao máximo. Em particular, quero acelerar ainda mais a nossa ‘preparação para o crescimento futuro’ e converter os nossos planos em ação. Por outras palavras, vou agora construir um ‘edifício’ que será o futuro da Honda, nas fundações dos negócios existentes que o Sr. Hachigo solidificou”.

Entre os planos está, então, a aceleração rumo à descabornização e às zero fatalidades na estrada em 2050, ao mesmo tempo que procurará oferecer novos valores para os seus clientes. Além disso, refere que, “para que a Honda continue a a ser uma companhia que as pessoas queiram que exista no meio de tempos turbulentos, tudo na Honda deverá sujeitar-se a uma transformação massiva e agir com rapidez”.

E não coloca de parte a ideia de parcerias ou alianças com outras companhias, em decisões nas quais “não hesitará”.