À partida, pouco liga a marca de automóveis a um campeonato de motos, com motos mais próximas das de produção em comparação com o MotoGP, mas a exemplo do que sucede com essa competição, também aqui há uma sinergia entre a modalidade e um fabricante de automóveis, neste caso a Hyundai, com ambos a tirarem partido de exposição mútua em termos de audiência local e televisiva.
A ‘entourage’ do campeonato toma forma, assim, com uma base local da Hyundai no paddock, bem como uma maior presença de veículos da marca um pouco por todo o recinto. Encarregue de colocar de pé uma forte estrutura de apoio, a Hyundai Portugal levou até ao Algarve uma série de modelo, com destaque natural para os de sigla ‘N’.
Para os mais distraídos, os Hyundai N pertencem à linha desportiva mais pura da marca, com o mercado português a ser agraciado apenas com os i 30 N Hatchback e Fastback, embora exista noutros mercados também o Veloster N. São esses os modelos que fazem elevar as batidas do coração dos adeptos da velocidade, os mesmos que acorreram em grande número ao AIA para uma das maiores enchentes dos últimos tempos.
Aproveitando exatamente esse facto, a Hyundai aposta numa abordagem arrojada, ao permitir que 50 pessoas entrem em pista ao volante do i30 N compacto para uma ‘hot lap’ ao traçado algarvio no final da tarde de sábado. Antes, porém, para garantir a segurança de participantes e dos próprios automóveis, há um prolongado ‘briefing’ técnico no qual um dos elementos da equipa de instrutores explica o historial da marca e faz uma revisão rápida dos preceitos técnicos para andar a fundo em pista. Para muitos na plateia é a primeira vez em pista, pelo que os ensinamentos dados nestes 40 minutos acabam por ser importantes… Há ainda que superar um exame de álcool no sangue para evitar desastres em pista, até porque o circuito desenhado nas colinas entre Portimão e Monchique é bastante técnico e exige ‘coração’ nalguns dos pontos.
Fiel ao nome, uma ‘hot lap’ é mesmo uma única volta. Arranque a paragem na reta da meta, sem direito a passagem a fundo pela mesma, mas suficiente para garantir a muitos a adrenalina de um dia bem passado no circuito. Para a Hyundai, uma jogada de marketing quase perfeita que mostra como a imagem de marca quase de baixo custo com que chegou à Europa há cerca de três décadas está agora totalmente desfeita, aventurando-se até nos terrenos de desportivos de renome.Cada condutor era acompanhado no carro por um instrutor que dava conselhos relativamente aos momentos de travagem e de aceleração, mas também quanto às trajetórias mais indicadas. No caso dos i30 N com 275 CV, ficou uma vez mais à vista que se trata de um compacto muito eficiente e divertido de conduzir, com doseamento fácil da potência no meio da serra algarvia.
No meio das duas rodas
Houve também hipótese de ziguezaguear por entre os pilotos no meio da grelha de partida para as corridas do Mundial de Superbikes, observando-se a usual azáfama na preparação da máquina e procura de concentração máxima por parte dos pilotos. Habituados à presença de fotógrafos e de jornalistas, os pilotos vão esperando pelo desligar das luzes encarnadas que dão início à corrida.
Bem menos comum é a presença de um outro nome sonante das pistas no meio da grelha das World Superbikes. Miguel Oliveira, piloto da KTM no MotoGP, é embaixador da Hyundai em Portugal e, como tal, não faltou nesta ação, aproveitando também para dar a conhecer um pouco mais da Oliveira Cup, competição para pequenos motards que procuram fazer das duas rodas a sua carreira e seguir as pisadas de Oliveira. A competição, formadora de pilotos e também de pessoas, contou com uma corrida no programa das WSBK, com Oliveira a ser também figura constantemente ovacionada pelo público.
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