Makoto Uchida, CEO da Nissan
A Nissan anunciou nova vaga de despedimentos e o encerramento de duas fábricas.

“É agora ou nunca, a situação é grave”, terá declarado uma fonte próxima do conselho de administração da Nissan à agência Reuters, depois de oficializado o anúncio de que a marca japonesa irá avançar com o processo de encerramento de duas fábricas e o corte de, pelo menos, 4300 postos de trabalho.

Segundo as informações agora trazidas a público, o gabinete liderado por Makoto Uchida, o novo diretor geral do fabricante nipónico, a grande parte dos despedimentos acontecerão na Europa e nos Estados Unidos, parte de um pacote de medidas integradas no plano de reestruturação financeira, que prevê também o corte nos custos de cerca de 4 mil milhões de euros ao longo dos próximos três anos.

Em julho do ano passado, a marca que integra uma aliança global com a francesa Renault já tinha anunciado o despedimento de 12.500 trabalhadores e a redução de sua produção automóvel em 10% até 2022-2023, após uma queda nos lucros.

Estratégia falhada

Na procura de respostas para a atual crise de resultados no seio do emblema que é o segundo maior fabricante de automóveis do Japão, os especialistas apontam agora o falhanço da estratégia de expansionismo do ex-CEO da Aliança, Carlos Ghosn, em mercados como a India, Rússia ou a Africa do Sul e o sudoeste da Ásia, nomeadamente com o reforço da aposta na Datsun.

Ghosn que, segundo avançou à Bloomberg na passada semana, terá afirmado em inúmeras entrevistas que a Nissan poderia falir dentro em pouco mais de três anos.