Embora empenhada na eletrificação, tendência da qual o Taycan é bom exemplo, a Porsche não quer descartar já os motores de combustão interna, trabalhando em conjunto com alguns parceiros tecnológicos com vista à produção de combustíveis sintéticos, os quais serão muito menos poluentes e de utilização comum a praticamente todos os automóveis atuais.

Se muitas marcas olham para esta solução como uma alternativa fácil para reduzir substancialmente as emissões poluentes decorrentes não só da sua produção, como da sua queima nos automóveis, a Porsche está naquelas que mais confiança deposita nesta fórmula, olhando para a implementação dos combustíveis sintéticos como solução para a continuidade dos motores de combustão interna.

A declaração foi feita pelo diretor de desenvolvimento dos GT da Porsche e também da área de competição, Frank-Steffen Walliser, que em conferência de imprensa digital de apresentação do novo 911 GT3, na qual o Motor24 participou, explicou as potencialidades dos combustíveis produzidos em laboratório.

“Estamos a trabalhar com parceiros para desenvolver os combustíveis sintéticos, como já revelámos anteriormente, o que ajudará a reduzir bastante as emissões de CO2 destes carros. Acreditamos que terá um impacto muito forte nas frotas já existentes e também iremos utilizá-la no desporto automóvel, o que comprova a nossa confiança neste desenvolvimento”, afirmou, procurando assim dar alento aos puristas que defendem motores como o que é aplicado no GT3: um bloco seis cilindros boxer de 4.0 litros com 510 CV.

Também em declarações à revista EVO, o mesmo responsável sublinhou a importância dos combustíveis sintéticos, denominados por eFuel, para baixar as emissões poluentes, sobretudo no que toca ao dioxido de carbono (CO2) e ao óxido de azoto (NOx). A este respeito, nota para o facto de se apostar numa descida de 85% nas emissões de CO2 face aos combustíveis em atualização hoje. E revela que poderia deixar os motores de combustão interna em pé de igualdade com os elétricos.

“De uma perspetiva ‘do poço até à roda’ – e tem de se considerar o impacto do ‘poço até à roda’ de todos os veículos – isto estará ao mesmo nível do CO2 resultante da produção e utilização de um veículo elétrico”, é citado Walliser, destacando como vantagens destes combustíveis a redução dos atuais 30 a 40 elementos para apenas oito ou dez.

A par da sua utilização em pista, os eFuels deverão também começar a ser testados em estrada aberta já em 2022.

Porsche não está sozinha

Na pesquisa das potencialidades dos combustíveis sintéticos, a Porsche não está sozinha. Outras marcas, uma das quais também do Grupo Volkswagen, a Audi, revelou anteriormente estar a desenvolver combustíveis de laboratório, pensados para reduzirem substancialmente as emissões poluentes sem necessidade de alteração dos motores térmicos já em comercialização.

Também a Bosch, enquanto empresa de múltiplas valências de desenvolvimento, tem estado a trabalhar em eFuels, tendo já um programa bastante avançado no que diz respeito ao mesmo.

Na área da competição automóvel, também a Fórmula 1 anunciou recentemente a passagem para combustíveis sintéticos com o intuito de promover a sua transferência posterior para a utilização em estrada.

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