Chave no bolso e basta um toque no start para darmos vida à máquina. Ainda não nos sentámos e percebemos logo como é robusta para o segmento das scooters, com carenagens modernas a marcar uma ligação aos automóveis da Peugeot. Mas não se ficam pelo design… Quando arrancamos, rapidamente se sente como conferem uma proteção aerodinâmica confortável.
Faz-se uma condução protegida, sem sentir vento e causando até a sensação de se estar a uma velocidade inferior. Faço a comparação à minha mota, uma trail 250cc, na qual sofro bastante mais. É verdade, são gostos e estilos diferentes. No entanto, não fico indiferente a uma opção destas para a cidade. Aliás, a proposta de ensaio foi sobretudo para testar a versatilidade de uma scooter – este caso uma gama premium –, na rotina entre casa-trabalho.
Podemos começar por não esquecer como encaixa em qualquer canto de uma garagem. Debaixo do largo banco guardamos não só um capacete integral, como mais algum equipamento. Deu-me imenso jeito para a roupa extra em dias de alguma chuva. Depois, rodamos o punho e damos ‘gás’ aos seus 14,4 CV, com uma injeção bem afinada e suficiente para arrancar à frente de todos os automóveis – exceto os elétricos, claro. Acima de tudo, tem agilidade para quem não quer perder tempo no trânsito.
Assim que não conseguimos «fintar» o primeiro buraco no alcatrão elevamos imediatamente a nota das suspensões. Estão muito bem conseguidas, com uma forquilha telescópica com bainhas de 37 mm à frente e dois amortecedores atrás. Um comportamento que também se reflete nas travagens. Os travões são, sem dúvida, um dos pontos fortes desta Pulsion: confiança, equilíbrio previsível e resposta imediata, com o ABS a fazer o que lhe compete.
Os consumos andam na ordem dos 3 litros sem pensarmos em poupar. Sinceramente, até nos esquecemos de encher o depósito, mas, quando o fazemos, também agradecemos: são só uns trocos.
Conforto, potência, consumo… falta-nos falar sobre a tecnologia do painel de instrumentos que marca uma diferença significativa da concorrência. A Peugeot trouxe para as duas rodas a inspiração do sistema i-Cockpit que usa nos automóveis mais recentes, como os 308 e 5008. Temos à disposição um ecrã TFT a cores e muitas informações úteis à condução, de leitura legível também à noite, representando também segurança – por exemplo, o GPS integrado no sistema evita ter o smartphone em suportes no guiador ou, pior ainda, no bolso para consultar sempre que nos enganamos no trajeto. E por falar nisto, há uma porta USB para poder carregar a bateria do telemóvel durante a condução.
Basta instalar-se a aplicação da marca no smartphone, ligá-lo à moto por Bluetooth e receber notificações de SMS’s e telefonemas. No entanto, o condutor não consegue responder a ambas enquanto estiver em andamento. Graças à combinação de botões nos punhos é possível saltar de modo. Confuso à primeira, até se tornar um hábito. Como tudo. Até a própria Pulsion é curiosa nos primeiros momentos, até nos tornarmos só num corpo.
Texto: Nuno Mota Gomes
Sistema i-Connect
Conexão até 5 telemóveis e dois em simultâneo
Ecrã TFT colorido
Painel de instrumentos Head Up
ABS e SBC- Iluminação full LED – Luzes diurnas (DRL)
Assinatura luminosa – Luzes de emergência automáticas
Sistema de ignição “Keyless” / Smart Key
Tomada USB
Arrumação para 1 capacete integral + 1 Jet
Tanque de combustível de 12 l
Banco de elevado conforto
Guiador compacto para uma posição de condução natural e descontraída
Jantes de 14” na frente e 13” na traseira
Travões de disco nas duas rodas
Preço: a partir de 4.899 euros
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