As pessoas e as histórias que inspiraram a nova estratégia da Toyota

15/12/2023

égia “Vamos mais Além” da Toyota não está apenas focada no lançamento de serviços de mobilidade e de veículos de emissões reduzidas ou nulas. Pretende também motivar todos a darem passos em direção a um futuro mais promissor e sustentável. Para isso, destaca percursos extraordinários de algumas pessoas do mundo automóvel, mas não só.

O sistema de produção Toyota (TPS, do inglês Toyota Production System) revolucionou a indústria automóvel, influenciando também modelos de gestão noutros setores.

O TPS teve início com pequenos passos na fábrica da Toyota após a Segunda Guerra Mundial. Kiichiro Toyoda (1894-1952), filho do fundador da empresa, e Taiichi Ohno (1912-1990), engenheiro-chefe, foram fundamentais nesse processo.

Estes dois japoneses observaram os métodos de produção nos Estados Unidos e adaptaram essas ideias às condições japonesas, começando com pequenas mudanças nos processos de produção.

Moldado entre 1947 e 1975, o TPS integrou diferentes conceitos que, aplicado a uma fábrica, se revelou capaz de aumentar a produtividade e a eficiência e de evitar o desperdício sem criar stocks, tempos de espera, superprodução, estrangulamentos de transporte e inventário desnecessário.

Os princípios fundamentais do TPS incluem Kaizen (melhoria contínua), Just-in-Time (produção sem stock) e Jidoka (automação com um toque humano).

Os operários foram encorajados a sugerir melhorias, promovendo assim o princípio de Kaizen. Pequenos ajustes, como a padronização de ferramentas e a redução do tempo de configuração das máquinas resultaram em grandes ganhos de eficiência. Além disso, a introdução do conceito Just-in-Time reduziu os stocks e os custos associados.

O SUCESSO DO TPS NÃO APENAS BENEFICIOU A TOYOTA, MAS INFLUENCIOU A INDÚSTRIA EM TODO O MUNDO, DEMONSTRANDO COMO PEQUENAS MUDANÇAS PROGRESSIVAS PODEM LEVAR A GRANDES AVANÇOS.

Ao longo do tempo, esses pequenos passos do sistema de produção desenvolvido permitiram tornar a Toyota numa referência global em eficiência e qualidade na produção.

Pegando nesse exemplo, a Toyota reformulou a sua estratégia para destacar esta ideia de que “pequenas mudanças podem levar a grandes avanços” e de que pequenos passos permitem ir mais além, chegar a novas soluções e obter resultados ímpares que sejam eles próprios motivacionais para os outros.

Assim, em paralelo aos modelos automóveis que está a lançar, a Toyota está a promover através do mote “Vamos mais além”, histórias de indivíduos que vão para lá do convencional e que, na expressão do construtor, “personificam a filosofia da marca, transcendendo tudo o que se julgava possível”.

Parafraseando o astronauta Neil Armstrong quando em 20 de julho de 1969 pisou solo lunar, são histórias que representam “um pequeno passo para um homem, mas um salto gigantesco para a humanidade”.

Que extraordinário têm, então, as histórias de Ofentse Pitse (maestrina), Samir Aït Saïd (ginasta), Ken Billes (designer automóvel) e Kazuki Nakajima (piloto automóvel), as pessoas que inspiraram a nova estratégia “Vamos mais Além” da Toyota?

Ofentse Pitse,
a maestrina que rompeu barreiras

Uma história que ultrapassa barreiras é a de Ofentse Pitse. Ao criar a sua própria orquestra, Pitse deu um pequeno passo que teve um impacto significativo. Tornando-se a primeira maestrina negra da África do Sul, ela não apenas elevou a música a novos patamares, mas também quebrou barreiras culturais e sociais, mostrando como uma iniciativa individual pode inspirar uma mudança profunda.

QUEBROU BARREIRAS CULTURAIS E SOCIAIS A PARTIR DE UMA INICIATIVA INDIVIDUAL

“No início, quando procurava vários maestros na África do Sul para obter orientação e mentoria, a maior parte deles recusava. Mas depois encontrei Corbin Goodson que me ensinou tudo o que sabe. Ainda é difícil para mim fazer os meus próprios grandes espetáculos com toda a minha orquestra e coro, porque o acesso a estes espaços ainda está muito orientado para os homens. Por isso, tenho tentado criar o meu próprio mundo e ir para além do que as pessoas esperam”. Arquiteta de formação, Pitse pretende agora estar envolvida na construção de um espaço de teatro sul-africano contemporâneo. Segundo ela seria o fruto da sua capacidade de combinar o seu amor pelo espetáculo com os seus conhecimentos de arquitetura e ajudar a criar um espaço inclusivo.

Samir Aït Saïd,
da lesão à vitória
Dois meses antes dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, Samir Aït Saïd lesionou-se no joelho direito (fratura do planalto tibial externo), no Campeonato Europeu, dizendo adeus às aspirações olímpicas naquele ano. O ginasta francês de origem argelina voltou a enfrentar uma lesão grave desta feita em plenos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Brasil, em 2016: durante as qualificações para a prova de salto, quando estava a tocar o solo após fazer o seu salto, Samir Aït Saïd sofreu uma dupla fratura exposta na tíbia e fíbula da perna esquerda. Depois das Olimpíadas, o atleta perdeu o pai.

No entanto, cada passo da sua jornada de recuperação representou um pequeno avanço que o levou além das expectativas. A sua perseverança culminou no regresso à competição de alto nível em 2017, ficando em 4º no campeonato do mundo de ginástica (na modalidade de argolas) em Montréal, Canadá, e em 3º nos Campeonatos do Mundo de 2019, em Frankfurt, Alemanha, novamente em argolas, a sua especialidade. Aït Saïd demonstrou como superar desafios pessoais pode resultar em realizações extraordinárias.
“O momento mais difícil da minha vida foi perder o meu pai depois dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Foi muito difícil, não é algo que alguma vez se possa ultrapassar, mas tive de aprender a viver com isso. Continuo a lutar porque lhe prometi ir buscar aquela medalha. É uma questão de acreditar, de nunca desistir. Por isso, vou conseguir essa medalha custe o que custar – por ele, por mim, pela minha família e por todos os que acreditam em mim. Tenho de lutar por ela. Não se pode deixar que alguns momentos difíceis nos façam desistir”, afirma Samir Aït Saïd que foi premiado simbolicamente ao ser designado o porta-estandarte da França nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Nesta competição, disputou a final de argolas de novo com uma lesão (rotura parcial do bíceps esquerdo) que o impediu de chegar a uma medalha, ficando em lágrimas: “O 4º lugar não me convém”, disse angustiado. Resiliente, o ginasta promete conseguir a redenção com uma medalha para os Jogos Olímpicos de Paris em 2014.

Ken Billes,
design inovador na Toyota

Enquanto designer automóvel da Toyota, Ken Billes tem desafiado as convenções e ajudado a tornar a marca nipónica mais “sexy”. Os pequenos passos que têm vindo a ser dados em busca de novas experiências resultaram em designs de veículos com linhas modernas, caso dos Toyota Aygo X, C-HR, bZ4X ou Prius de 2024, que transmitem emoção e ajudam a conectar as pessoas aos modelos. A sua abordagem demonstra como a criatividade contínua pode levar a avanços notáveis.

A CRIATIVIDADE CONTÍNUA PODE LEVAR A AVANÇOS NOTÁVEIS

“Não existe uma resposta errada. As ideias são muitas vezes rejeitadas, mas não por estarem erradas; normalmente, é porque a execução não é correta ou porque não são apropriadas naquele momento. Também gosto da ideia de tentar tirar o melhor partido de algo, quer se trate de proporções, de um acabamento de superfície ou da forma como algo é executado. Talvez seja necessário ser mais preciso ou aperfeiçoar a ideia. Mesmo que ninguém o veja no final, é preciso ir ao pormenor. É isso que eu acredito que faz um ótimo produto”.

Kazuki Nakajima,
vitória nas 24 Horas de Le Mans
O piloto Kazuki Nakajima perseguiu os limites, etapa por etapa, alcançando a sua primeira vitória nas 24 Horas de Le Mans. Cada passo na sua jornada reflete a filosofia “naseba naru” da Toyota – “colher os frutos do que se semeia”. A sua história destaca como a persistência e o comprometimento levam a conquistas.
“Não é fácil de descrever, mas Le Mans é para as corridas o que os Jogos Olímpicos são para outros desportos. O melhor momento da minha carreira tem de ser a primeira vitória em Le Mans em 2018. Foi uma longa jornada para [a Toyota] alcançar essa vitória, mas ultrapassar as dificuldades e conseguir essa grande vitória no nosso sétimo desafio foi especial”. Nakajima refere que provavelmente o momento mais difícil ao longo da sua carreira ocorreu em Le Mans, em 2016.

“Cinco minutos antes da bandeira axadrezada, estávamos na liderança e preparados para uma primeira vitória confortável, quando de repente perdemos a corrida devido a uma falha mecânica. Foi um momento trágico e muito difícil. Mas, ao mesmo tempo, foi um divisor de águas para a equipa, porque aprendemos com a experiência e isso ajudou-nos a preparar melhor a vitória que veio dois anos depois”.

Num tempo em que as ações de todos, particulares e empresas, em prol do ambiente são cada vez mais cruciais e em que se valoriza a diversidade como base de uma sociedade inclusiva, a Toyota pretende, com estas histórias concretas, impulsionar cada pessoa a ir mais além e a superar-se, inspirando todos – como cidadãos mais do que como condutores –, a dar passos em direção a um futuro mais promissor e sustentável.