Autoeuropa estará a salvo da crise na Volkswagen

05/12/2024

A crise da Volkswagen não deverá afetar a Autoeuropa, em Palmela, de acordo com fonte oficial do grupo alemão.

 

A Volkswagen vive tempos conturbados, com 98.650 operários em greve na Alemanha contra a intenção do grupo de encerrar fábricas naquele país.

Mas fonte oficial da marca disse à agência Lusa que o plano de encerramento de fábricas e de despedimentos em grande escala cinge-se à Alemanha, não devendo afetar a fábrica portuguesa.

“Os planos de cortar empregos e fechar fábricas dizem respeito apenas à Alemanha. No momento, não há impacto na nossa fábrica em Palmela”, disse o responsável de comunicação corporativa da Volkswagen em Wolfsburg, na Alemanha, em resposta a perguntas da agência Lusa.

A administração da Autoeuropa não se quis pronunciar, remetendo qualquer esclarecimento sobre a matéria para a casa mãe do grupo Volkswagen na Alemanha.

A Comissão de Trabalhadores acredita que a fábrica de automóveis de Palmela, no distrito de Setúbal, poderá continuar a laborar normalmente nos próximos tempos.

“À data de hoje, não existe nenhum indicador que nos leve a pensar que a situação que se passa nas fábricas da Volkswagen na Alemanha tenha algum impacto, quer na produção prevista, quer também no que diz respeito ao futuro da Autoeuropa”, disse à agência Lusa o coordenador da Comissão de Trabalhadores, Rogério Nogueira.

O representante dos trabalhadores lembrou ainda que a Autoeuropa “está em fase de lançamento do novo T-Roc” e “tem em curso um conjunto de investimentos, que a breve prazo, deverão permitir também a produção de veículos elétricos na fábrica de Palmela”.

No que respeita à situação nas fábricas da Volkswagen na Alemanha, Rogério Nogueira disse que a CT da Autoeuropa “mantém um contacto diário com os colegas da Alemanha e continua solidária com a sua luta, acreditando que se irá alcançar um acordo que garanta os postos de trabalho”.

Os trabalhadores alemães protestam contra os planos de encerramento de 3 fábricas, parando 2 horas no turno matinal e saindo mais cedo nos turnos da noite.

“Este foi o primeiro e forte impacto de um inverno de protestos. A Volkswagen devia ganhar juízo e finalmente arquivar os seus planos de pesadelo, caso contrário os nossos colegas encontrarão a resposta certa”, disse o negociador-chefe do IG Metall, Thorsten Groeger.

A fábrica da Autoeuropa, que no ano passado produziu um total de 220.100 automóveis, mais 14% do que em 2022, está a produzir 1.005 veículos por dia do modelo T-ROC, que tem sido um dos mais vendidos em toda a Europa.