A Comissão Europeia está a preparar legislação que obriga a instalação, de série, nos automóveis que circulem no espaço comunitário, de um sistema de gravação de dados em tudo semelhante ao das caixas negras dos aviões, dispositivo que permitirá apurar causas e responsabilidades em acidentes com vítimas mortais.
Esta é apenas uma das quinze medidas que a União Europeia quer ver aprovadas até 2022. A incorporação de limitadores de velocidade e melhorias ao funcionamento dos cintos de segurança também estão na lista de atualizações.
Dos aviões para os automóveis
Na indústria de aviação, a caixa negra é utilizada há mais de 60 anos, servindo para registar todos os momentos que antecedem um acidente e, a partir da sua análise, garantir respostas e determinar causas. Mais recentemente, um sistema semelhante de gravação de dados começou a ser utilizado em embarcações de maiores dimensões. Dentro de cerca de dois anos, o equipamento chegará aos automóveis.
Como nos outros meios de transporte em que já se utiliza, nos automóveis a caixa negra terá a principal função de armazenar dados provenientes dos registos de atividade de todos os sistemas e equipamentos, bem como as conversas dos ocupantes do veículo nos momentos que antecedem um sinistro, para que se possa reconstituir de forma mais fiel possível o acidente.A proposta apresentada pela União Europeia integra pacote de medidas que inclui, por exemplo, a obrigatoriedade de passar a equipar todos os automóveis novos com sistemas de reconhecimento de sinais de trânsito e alerta de velocidade máxima na via. Já uma revisão efetuada à primeira versão do documento, que exigia que este dispositivo deveria ser ativo, com possibilidade de travar o automóvel de forma autónoma, em caso de excesso de velocidade.
