Ciclo de vida dos EV com metade do impacto dos carros a combustão

20/12/2024

As emissões produzidas durante o ciclo de vida de um automóvel elétrico (BEV) são metade das de um automóvel a combustão, afirma a Agência Internacional de Energia (IEA).

 

No seu mais recente relatório sobre a “Sustentabilidade da cadeia de abastecimento de baterias para EV”, a agência das Nações Unidas sublinha que “as emissões relacionadas com as baterias desempenham um papel notável nas emissões do ciclo de vida dos veículos elétricos (EV), embora não sejam o maior contribuinte”.

A IEA afirma que, “como média global, de acordo com as políticas atuais, as emissões do ciclo de vida de um veículo elétrico a bateria de tamanho médio são cerca de metade das de um ICE (veículo a combustão) equivalente que funcione com combustíveis derivados do petróleo, mais de 40% inferiores às de um veículo híbrido elétrico equivalente (HEV) e cerca de 30% inferiores às de um veículo híbrido elétrico plug-in (PHEV) ao longo de 15 anos de funcionamento, ou seja, cerca de 200 000 km.”

Esta diferença nas emissões “é semelhante à média global na China, maior no Reino Unido e no Chile (mais de 60%) e menor na Índia (20%)”.

No seu relatório, a Agência Internacional de Energia salienta que “continua a ser importante reduzir as emissões relacionadas com a produção de baterias e o processamento de minerais críticos”.

Os autores salientam ainda que “as emissões relacionadas com as baterias e as suas cadeias de abastecimento deverão continuar a diminuir graças à eletrificação dos processos de produção, ao aumento da densidade energética e à utilização de materiais reciclados”.

A Agência Internacional de Energia considera que a procura de baterias deverá crescer 4,5 vezes até 2030 e mais de 7 vezes até 2035, muito devido à procura dos mercados emergentes e das economias em desenvolvimento, que poderão representar 10% do mercado em 2030.

Se os compromissos climáticos assumidos forem cumpridos, diz a IEA, a produção de baterias diversificar-se-á com novos investimentos na Europa e nos Estados Unidos.

O “rápido aumento da procura de veículos elétricos (EV) e, mais recentemente, de armazenamento de baterias, fez das baterias uma das tecnologias de energia limpa de crescimento mais rápido”, sublinha o relatório, que alerta para as “preocupações sobre a sustentabilidade e a procura de minerais críticos à medida que a produção aumenta”.

É por isso que a Agência Internacional de Energia afirma que, na próxima década, a reciclagem será fundamental para recuperar materiais da sucata de fabrico e, numa perspetiva mais longínqua, para reciclar as baterias em fim de vida e reduzir a procura de minerais críticos, em especial após 2035, altura em que o número de baterias de veículos elétricos em fim de vida começará a aumentar rapidamente”.

O relatório conclui que, “se a reciclagem for escalonada de forma eficaz, pode reduzir a procura de lítio e níquel em 25% e a procura de cobalto em 40% em 2050, num cenário que cumpra os objetivos climáticos nacionais. Será essencial expandir as instalações de reciclagem e aumentar as taxas de recolha de baterias em fim de vida”.