Comando americano ajudou Ghosn a fugir dentro de uma caixa de música

21/05/2020

Antigo militar das forças especiais norte-americanas e o filho foram detidos esta semana, acusados de facilitarem a fuga ‘hollywoodesca’ de Carlos Ghosn à justiça.

 

O ex-presidente da Aliança Renault-Nissan fugiu do Japão, onde aguardava julgamento por alegados crimes financeiros, refugiando-se no Líbano, onde vive em liberdade ao abrigo das leis judiciais daquele país que o protegem da extradição.

Recorde-se que o executivo está acusado de conduta criminosa e de pagamentos ilegais, tendo recebido rendimentos na ordem dos 140 milhões de dólares a mais do que o declarado às autoridades. Mas, sob apertada vigilância domiciliária, sempre alegando a sua inocência enquanto aguardava julgamento, Ghosn decidiu não esperar pelos tribunais japoneses e escapou do país graças a um plano de fuga digno de filme.

Segundo a acusação, o antigo homem-forte da Aliança conseguiu uma autorização para organizar um jantar em sua casa, que incluiu a atuação de uma banda de música. E terá sido escondido no interior de uma das caixas de instrumentos que conseguiu chegar a um aeroporto secundário e rumar num voo privado a Istambul, na Turquia, partindo partiu depois, noutro jato privado, para o Líbano.

Uma cena típica de Hollywood, que terá contado com a participação de dois americanos. Michael Taylor, antigo membro do corpo especial do Exército dos Estados Unidos, especialista em segurança privada, Peter Taylor, o seu filho de 27 anos, foram detidos em Harvard, estado de Massachusetts, procurados pelas autoridades do Japão, sob suspeita de serem cúmplices na fuga de Ghosn.

Em causa estão vários registos de viagens dos dois homens ao Japão nas semanas qua antecederam a fuga e imagens de sistemas de videovigilância que mostram a realização de várias reuniões com Carlos Ghosn.