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COP27: Portugal propõe-se antecipar de 2050 para 2045 neutralidade carbónica

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António Costa, Primeiro-Ministro, afirmou na COP27 que Portugal vai procurar antecipar a meta da neutralidade carbónica em cinco anos.

Presente na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), o Primeiro-Ministro, António Costa, deixou a mensagem de que Portugal “está a reunir condições que lhe permitam antecipar de 2050 para 2045 a meta da neutralidade carbónica”, através de progressos nos transportes públicos, no hidrogénio e o fim das centrais a carvão.

António Costa transmitiu esta posição o primeiro dos seus dois dias de presença na COP27, que decorre em Sharm el-Sheikh, no Egito, até ao próximo dia 18 de novembro.

O Primeiro-Ministro, cujo discurso perante a COP27 ocorreu esta terça-feira, dia 8 de novembro, não reafirmou apenas as metas ambientais assumidas por Portugal em 2016, em Marraquexe, como anunciou “novas metas”, resultantes da Lei do Clima aprovada na Assembleia da República.

“O objetivo não é somente alcançarmos a neutralidade carbónica em 2050 – e fomos o primeiro País do mundo a assumir essa meta na COP de Marraquexe [em 2016] -, mas também, como está previsto na lei, estudar e fazermos tudo para antecipar para 2045 esse resultado”, declarou à agência Lusa e RTP.

No discurso feito na COP27, o Primeiro-Ministro referiu, igualmente, que “o drama da guerra na Ucrânia não nos pode desviar da urgência da resposta aos desafios das alterações climáticas”, insistindo que “as consequências desta guerra têm demonstrado quão necessário é acelerar a transição energética e diminuir a dependência dos combustíveis fósseis. Todos somos afetados pela dramática escalada de preços na energia decorrente desta guerra, deixando milhões em situação de pobreza energética”.

“REFORÇAMOS O NOSSO OBJETIVO DE ATINGIR A NEUTRALIDADE CARBÓNICA ATÉ 2050, COM O COMPROMISSO DE ESTUDAR A VIABILIDADE DA SUA ANTECIPAÇÃO ATÉ 2045”, DIZ ANTÓNIO COSTA SOBRE AS METAS DE PORTUGAL.

“Conseguimos antecipar em dois anos o encerramento das nossas últimas centrais a carvão, que já deixaram de funcionar no ano passado e, apesar da crise energética, não vamos reativar. Continuamos também a apostar nas renováveis e temos a capacidade e a ambição de passar de importadores de energia fóssil a exportadores de energia verde”, referiu.

Transição energética

De acordo com António Costa, Portugal “está em condições de assumir essa nova meta, já que, em primeiro lugar, conseguiu em dois anos encerrar as suas centrais a carvão”.

“O facto de estarmos a acelerar toda a transição energética e de termos uma política sustentada de investimento no transporte público urbano e na ferrovia à escala nacional criam boas condições para que isso aconteça”, apontou, destacando ainda, em matéria de energia, a estratégia para o hidrogénio “que vai auxiliar a indústria, até hoje bastante dependente do gás natural”.

“A indústria vai poder ter uma fonte alternativa de energia. Isso vai ser decisivo para que essa transição tenha sucesso e para que, a prazo, deixemos de ser importadores de combustíveis fosseis e possamos ser exportadores de energia verde”, complementou.

Energias renováveis reduzem preço de eletricidade e gás

“O que está demonstrado é que quanto mais avançarmos para as energias renováveis, menos dependentes estaremos de terceiros e também menos dependentes estaremos da volatilidade dos mercados internacionais relativamente ao gás”, diz Costa.

António Costa defendeu mesmo que, se atualmente os preços da energia elétrica em Portugal estão comparativamente mais baixos do que na média europeia, “é porque 60% da energia consumida tem origem nas renováveis”, apontando ainda que a “a meta a que temos de chegar ao final da legislatura [2026]” é de “80% da energia consumida” ter “como base as renováveis”.