Ferrari 365 GTC/4, o “Cavallino Rampante” esquecido

31/03/2024

Com base no chassis do Ferrari 365 GTB/4, mais conhecido por Daytona, a marca italiana produziu um GT de 2+2 lugares, dando-lhe o nome de 365 GTC/4 com código Tipo F101, que foi ofuscado um pouco da história pelo seu irmão. Foi apresentado no Salão de Genebra em Março de 1971 e esteve em produção apenas durante dois anos, de 1971 a 1972, com somente 505 exemplares produzidos. Seria substituído pelo maior e, consequentemente, mais espaçoso para os ocupantes dos bancos traseiros, Ferrari 365 GT4 2+2, em 1972.

A carroçaria do 365 GTC/4 foi desenhada nos estúdios da Pininfarina em 1970, pelas mãos de Filippo Sapino, com um desenho em cunha, típico da época, traseira fastback, faróis escamoteáveis e algo pouco usual, para-choques integrados na carroçaria. A carroçaria era construída em aço nas instalações da Pininfarina, com portas, capot e tampa da bagageira de alumínio. As jantes de série eram de magnésio com aperto central da Rudge, mas como opção poderia vir equipado com jantes raiadas da Borrani.

Como equipamento de série, o 365 GTC/4 trazia ar condicionado, direcção assistida hidráulica e vidros eléctricos. O interior era forrado quase todo em pele, com alguns pormenores em tecido, pouco típico de um modelo da Ferrari, mas havia a opção de vir totalmente forrado a pele.

O motor também é partilhado com o 365 GTB/4 Daytona, sendo um Colombo V12 construído em alumínio, com 4,4 litros de cilindrada, duas árvores de cames em cada cabeça accionadas através de corrente, perfazendo quatro no total, daí o nome GTC/4, que dão movimento a duas válvulas por cilindro. No 365 GTC/4, a potência do motor foi reduzida para os 340cv e os seis carburadores duplos Weber também são diferentes. Para o mercado norte americano, a potência é reduzida para os 320cv devido aos sistemas de emissões. Acoplado ao motor está uma caixa manual de cinco velocidades e, ao contrário do Daytona onde a caixa está posicionada numa posição transaxle, esta está junto ao motor.

A suspensão independente nas quatro rodas de triângulos sobrepostos é mais “macia” no 365 GTC/4, para tornar o automóvel mais confortável e não tão desportivo como o Daytona, com duplo amortecedor na traseira. Conta ainda com barras estabilizadoras na frente e traseira.

Como dito acima, o 365 GTC/4 seria ofuscado pelo sucesso do 365 GTB/4 Daytona, o porta-estandarte da marca italiana, sendo praticamente esquecido na história. Continua a ser um Ferrari bastante raro, e com um desenho bastante agradável aos olhos de alguns, sendo conhecido em Itália pelo “Gobbone”, ou seja, o corcunda – e contando ainda com a benesse de ter dois pequenos lugares traseiros.