Em tribunal ganha agora corpo a possibilidade da existência de uma conspiração contra Ghosn por parte dos altos responsáveis da Nissan, acusados de ‘traidores’ pelo próprio logo na sua primeira mensagem pública de defesa, ainda antes de fugir do Japão, onde aguardava julgamento.
Os novos dados alegadamente apresentados pelos advogados de defesa incluem a divulgação de vários e-mails internos, que permitem perceber que a intenção clara de um grupo de executivos da marca em derrubarem Ghosn da presidência do consórcio automóvel um ano antes deste ser detido, acusado de crimes financeiros.
De acordo com a Bloomberg, correspondência eletrónica de fevereiro de 2018 descrevem uma estratégia deliberada e com múltiplas abordagens possíveis, parte de uma “campanha metódica” para remover Ghosn da companhia e, desse forma, fortalecer a posição da Nissan na aliança com a Renault.
Sobre esta possibilidade, foi defendida pelo ex-executivo desde o primeiro momento da acusação: “Havia medo de que o próximo passo da aliança em termos de convergência e em termos de rumar a uma fusão iria ameaçar algumas pessoas ou eventualmente a autonomia da Nissan, que nunca esteve em risco nos últimos 19 anos. Aliás, fui o mais acérrimo defensor da autonomia da Nissan e garanti que isso iria continuar no futuro”, afirmou Ghosn,Hari Nada, um dos homens da confiança de Ghosn, e que foi uma das figuras principais na acusação do seu superior, terá dirigido uma nota a um alto quadro da Nissan alertando para a necessidade de “neutralizar as suas iniciativas antes que fosse demasiado tarde”.