Com as emoções à ‘flor da pele’, fomos a Barcelona conhecer os novos desenvolvimentos da gama CUPRA – dentro e fora do asfalto, não falhando mesmo a água. Estrela da companhia, por enquanto, é o novo e exclusivo Formentor VZ5 de 390 CV de potência, com uma produção limitada a 7000 unidades, o qual pudemos colocar à prova no seu ambiente de predileção – o circuito.

Provando estar num momento pleno de vitalidade, a CUPRA apresentou de uma só assentada a sua ambição de expansão da emotividade automóvel a diferentes níveis – desde o novo desportivo mais extremo como o Formentor VZ5, passando pelos Leon WTCR e ABT CUPRA XE da Extreme-e e culminando no iate desenvolvido em parceria com a De Antonio Yachts, que leva a companhia espanhola também para os mares.

Se a indústria automóvel está em franca transformação, a CUPRA quer fazer parte desse processo e ter um papel de destaque no mesmo, contando com uma gama bastante abrangente no que a modelos de estrada diz respeito. Depois da ótima receção aos Ateca e Leon (em compacto e carrinha), o sucesso mais amplo chegou com o Formentor, o primeiro modelo 100% desenvolvido pela marca da Catalunha para o seu portefólio, com um design próprio e cativante que tem sido um dos pilares para o seu sucesso de vendas.

Paralelamente, é também pela eletrificação que a CUPRA quer marcar a diferença neste momento, com as versões híbridas plug-in (PHEV) do Leon e do Formentor a ganharem cada vez mais peso no seu ‘mix’ de vendas europeu. A marca estima, aliás, que o seu SUV que homenageia o Cabo Formentor se torne dominante – se em apenas seis meses de 2020 vendeu 5350 unidades na Europa, no ano de 2021, entre janeiro e maio, o volume de vendas ascendia já a mais de 18 mil unidades registadas (de acordo com os dados da CarSalesBase.com).

Os responsáveis da CUPRA assumem que as versões plug-in tenderão a crescer (para cerca de 40% das versões vendidas do Formentor no final de 2021), indo ao encontro da preocupação crescente com a sustentabilidade e com a ecologia, sendo esta uma oportunidade para exacerbar também as paixões no automóvel, mostrando que as duas áreas não precisam de ser mutuamente exclusivas.

Nos automóveis, a ambição não para aqui. A marca catalã, nascida sob os preceitos de que a competição e a emoção fazem parte de todos os seus passos, prepara o lançamento do novo Born, o seu primeiro desportivo 100% elétrico, produzido sobre a base MEB de veículos elétricos do Grupo Volkswagen, mas extensamente adaptado à filosofia da marca. O que é prometido é que o seu comportamento estará à altura do que é esperado de um modelo com a denominação CUPRA.

Já em finais de 2023 ou início de 2024, a marca terá nos mercados o seu novo Tavascan, um SUV de maiores dimensões e desenho bastante arrojado, já apresentado em formato de protótipo mas com uma imagem que não deverá fugir muito ao concept. Também este modelo será 100% elétrico e disporá dos avanços tecnológicos futuramente disponíveis pela marca ao nível das motorizações elétricas e de bateria.

O ADN ‘cup’ dos desportivos de estrada

Uma ideia que também foi extensamente apregoada pelos responsáveis da CUPRA é que há um ‘cup’ em cada CUPRA, numa alusão ao seu ADN derivado do mundo das competições. O termo ‘cup’ (‘troféu’, num sentido mais livre) atira para o cenário das competições em pista, muitas vezes com estilo mono-marca, em que apenas um modelo de uma marca participa. Assim, se o Formentor VZ5 não tem qualquer competição a si restrita, conta com diversos ensinamentos apreendidos pela CUPRA ao longo dos anos.

A imagem radical é um dos seus atributos, sendo mais agressivo na imagem – mudam os para-choques (com aplicações em carbono real), as jantes, o difusor ou os escapes, entre outros elementos – mas também com distinção no campo técnico. A potência total é de 390 CV – emanada pelo bloco de cinco cilindros em linha que tem proveniência de boa casta, a Audi Sport –, dispondo ainda de tração integral 4Drive, afinação específica do chassis e tecnologia Torque Splitter, que permite distribuir a potência de forma distinta pelas duas rodas do eixo traseiro, permitindo assim oferecer até um modo ‘drift’.

Na frescura da água

Mas, a ética desportiva dos CUPRA já não se limita à estrada – a marca catalã também quer dominar os mares com um iate desportivo que partilha da mesma ideologia que os seus automóveis, numa parceria com a De Antonio Yachts, outra empresa da mesma região.

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Inspirando-se no Formentor (recebendo por isso o mesmo nome), o De Antonio Yachts D28 Formentor é um iate de alta performance que levou os jornalistas numa pequena volta pela zona portuária de Sitges, junto a Barcelona, mostrando um pouco das suas competências sobre a água, sobretudo a rapidez.

Diversos detalhes estéticos e a decoração com elementos em cobre, a mesma cor que a CUPRA interiorizou para o seu ‘ethos’, fazem a ponte com o novo VZ5: mede 7,99 metros de comprimento com a possibilidade de adicionar uma plataforma de popa de meio metro. O design exterior distingue-se pela cor do casco Petrol Blue, vários detalhes em preto e fibra de carbono, ou seja, muitos dos atributos que também agraciam o Formentor VZ5. O desenho do casco em forma de V permite uma velocidade máxima de até 40 nós com motorização máxima.

Jutta e o mundo da sustentabilidade

Um dos predicados desta nova fase é, indubitavelmente, a sustentabilidade, mas a igualdade de género também é fundamental na atualidade, pelo que a CUPRA viu na Extreme E uma oportunidade para aliar três ideias – o seu código identitário desportivo, a sustentabilidade de competição e a premissa da igualdade de género, uma vez que a modalidade, criada pelo mesmo fundador da Fórmula E, Alejandro Agag, permite competir com veículos elétricos de estilo SUV nalguns dos locais mais inóspitos do mundo, onde a ação humana já provocou alguns ‘estragos’ ambientais, chamando a atenção para os mesmos, com equipas de pilotos compostas por um homem e uma mulher, tendo obrigatoriamente de partilhar os mesmos deveres de pilotagem, nomeadamente em termos de tempo ao volante.

O carro, embora vestido como um CUPRA, é, porém, produzido pela Spark Racing Technology, sendo denominado Spark Odyssey 21. Com tração integral e motor elétrico de 400 kW (540 CV), percorre os pisos do campeonato com facilidade, sendo a bateria produzida pela Williams Advanced Engineering, o braço de engenharia ligado à equipa de Fórmula 1 com o mesmo nome.

Em Barcelona, pudemos verificar como é andar neste novo mundo elétrico ao lado da única mulher a vencer o Dakar, a alemã Jutta Kleinschmidt, embora o veículo usado tivesse apenas tração traseira e menos potência do que o que compete no Extreme E já que esse estava em transporte para a próxima prova do campeonato. Ainda assim, a facilidade com que se ganha velocidade é impressionante, obrigando a piloto a movimentos rápidos num trajeto curto, mas ao qual não faltou sequer um salto.

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