A Mazda anunciou que vai acelerar os trabalhos de pesquisa e de desenvolvimento na área dos motores de combustão ‘Wankel’, comummente apelidados de ‘rotativos’ pelo ter rotores em vez dos pistões tradicionais dos demais motores de combustão. Este reforço no desenvolvimento técnico dos motores ‘rotativos’ vai ao encontro de uma nova abordagem para a era da eletrificação, no âmbito dos seus esforços para continuar a proporcionar o denominado ‘prazer automóvel’, com soluções adequadas aos tempos, visando alcançar uma sociedade neutra em termos de carbono.

Para o efeito, o construtor reintegrou no dia 1 de fevereiro o ‘RE Development Group’ (de ‘rotary engine’) no Departamento de Desenvolvimento de Tecnologias para Grupos Motopropulsores, sendo assim o prelúdio para a continuidade da sua história no domínio dos motores ditos ‘rotativos’.

Na sua nova composição, o grupo irá continuar a desenvolver esses motores para utilização como geradores e realizar ações de pesquisa e desenvolvimento em áreas como a conformidade regulamentar nos principais mercados, bem como a aplicação de combustíveis neutros em termos de carbono.

Ichiro Hirose, Diretor Executivo e Responsável pela Área Tecnológica da Mazda Motor Corporation (MMC), destacou que o motor ‘Wankel’ é amplamente famoso no legado da marca de Hiroxima, saudando o “espírito de desafio” que os vários engenheiros têm dedicado aos motores térmicos em que o rotor é a ‘alma’ do bloco de combustão interna.

“Estamos profundamente gratos a todos os que, até à data, apoiaram o motor ‘rotativo’, tendo o prazer de anunciar o renascimento da organização que desenvolve este motor que tem sido adorado pelos clientes em todo o mundo. Ao longo dos últimos seis anos, os engenheiros dos motores ‘rotativos’ fizeram parte da organização de desenvolvimento dos mesmos, empenhando-se no desenvolvimento das funções mais avançadas do motor de combustão interna, bem como na busca das mais elevadas melhorias de eficiência”, afirmou.

Recorde-se que, durante algum tempo, a tecnologia de motores ‘rotativos’ foi desenvolvida quase em jeito de tempos livres por um pequeno grupo de engenheiros que quis manter viva esta tradição no seio da Mazda.

“Estes engenheiros alargaram a sua perspetiva para além dos limites dos sistemas neles integrados, formando-se para dominar o ‘Desenvolvimento Baseado em Modelos”, um dos pontos fortes da engenharia da Mazda. Serão, desta feita, 36 os engenheiros integrados num só grupo para alcançar um grande avanço na pesquisa e desenvolvimento dos motores ‘rotativos’”, complementou.

Contando com uma estrutura única, que gera energia através da rotação de um (ou mais) rotores triangulares, os motores ‘rotativos’ surgiram na Mazda através do Cosmo Sport (110S), modelo desvendado em maio de 1967, a que se seguiram múltiplas outras propostas, de modelos de produção em massa (o último foi o RX-8, cuja produção terminou em junho de 2012), a protótipos, não faltando máquinas emblemáticas como o 787B vitorioso em Le Mans, em 1991.

Atualmente, apenas o MX-30 e-Skyactiv R-EV utiliza um motor de estilo ‘rotativo’, servindo de gerador de energia para alimentar as baterias daquele SUV, mas sem nunca servir como motor de tração, tarefa que é apenas ocupada pelo motor elétrico.

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