De acordo com os dados do ETSC, em Portugal, no ano de 2022, foram registadas 614 vítimas mortais, a que corresponde uma taxa de 62 vítimas mortais por milhão de habitantes – a quinta mais alta da Europa (apenas inferior à Hungria, Bulgária, Sérvia e Roménia).
O número de vítimas mortais registado em Portugal representou um aumento de 15% em relação a 2021 (532 mortos) e foi próximo do registado antes da pandemia (626 em 2019). A redução média na UE foi de 22%.
Na Polónia, a mortalidade rodoviária (o número de mortes na estrada por habitante) foi de 50 por milhão de habitantes na Polónia no ano passado, contra 93 por milhão de habitantes em 2012.
Compromisso e fixação de metas, o exemplo da Polónia
Enquanto as mortes na estrada na UE aumentaram 4 % no ano passado, para 20.679 (longe do objetivo de reduzir para metade o número de mortes na estrada até 2030), a Polónia conseguiu travagem substancial nesse índice, fruto do abrangente Programa Nacional de Segurança Rodoviária, que estabelece metas rigorosas, em combinação com um programa quadrienal de infraestruturas rodoviárias seguras em grande escala; a expansão da rede de radares de velocidade e de velocidade média; o aumento da fiscalização referente à condução sob o efeito do álcool de, em média, 19 % por ano; e a introdução do sistema do chamado “corredor de emergência”, que permite aos veículos de emergência aceder aos locais de acidentes nas autoestradas.Velocidade ainda é excessiva
O ETSC salienta que os limites de velocidade e as velocidades de veículos observadas na Polónia ainda são demasiado elevados. A velocidade máxima de 140 km/h nas autoestradas é a mais elevada da UE, com exceção da Alemanha. O ETSC congratulou-se com a decisão de abolir limites de velocidade noturnos mais elevados nas zonas urbanas, que foi substituída por um limite permanente de 50 km/h em 2021. No entanto, o ETSC diz que a Polónia também deve considerar a possibilidade de limitar as velocidades a 30 km/h nas estradas utilizadas por peões e ciclistas em zonas urbanas.
«Em dez anos, a Polónia melhorou consideravelmente a segurança rodoviária e deu o exemplo de como levar a questão a sério. Houve um compromisso genuíno com a fixação de metas, a melhoria das infraestruturas e o reforço da fiscalização, fatores fundamentais para esta impressionante redução», comentou Antonio Avenoso, Diretor Executivo do Conselho Europeu da Segurança dos Transportes.
«Para a Europa no seu conjunto, é necessário mais trabalho, tanto a nível da UE como a nível nacional», acrescentou.
