Para um fabricante de automóveis, o sucesso de um modelo é excelente, mas pode também ser um problema quando chega a altura da sua remodelação, ou substituição. No caso do Master, com 3 milhões de unidades vendidas em 50 países desde a sua introdução em 1980, é claramente um best seller para a Renault. Na quarta geração, o modelo, apesar de ser totalmente novo, representa a continuidade do Master original.
Hélène Carvalho, a luso-descendente responsável pelo projeto Renault Master adianta: “O nosso objetivo com o novo Renault Master foi chegar o mais próximo possível do furgão ideal. Podemos dizer que todos os profissionais, sejam comerciantes, técnicos de reparações, ou gestores de frota que escolherem o novo Master vão poder confirmar o enorme salto proporcionado por este veículo para maximizar a sua produtividade diária.”
Revelado na Solutrans, a feira bienal realizada em Lyon, França, dedicada aos transportes pesados e de mercadorias, o novo Renault Master tem uma capacidade de carga útil até 1625 kg. Pode ter 20 configurações base de carroçaria diferentes, com volumes utilizáveis de 11 a 22 metros cúbicos, maior largura de acesso (+ 40 mm) a partir da porta lateral deslizante e maior comprimento no espaço de carga (+ 100 mm).
Estreia a nova plataforma multi-energética, em que todas as versões serão construidas na mesma linha de montagem da fábrica francesa de Batilly. Permite assim aos clientes escolherem a fonte energética que mais se adequa às suas necessidades: Diesel Blue dCi com quatro motorizações mais eficientes e menos poluentes, com emissões abaixo dos 200 g/km e potências entre 105 cv, e os 170 cv; 100% elétrica com duas opções de motores de 96 ou 105 kW (130 ou 143 cv), e duas capacidades de bateria com 40 kWh para 180 km de autonomia, e 87 kWh para mais de 410 km de autonomia, ambos em ciclo WLTP.
Admitem potência de carregamento até 130 kW, permitindo obter 229 km de autonomia em apenas 30 minutos, ou em alternativa cerca de quatro horas dos 10 aos 100% com uma wallbox de 22 kW. A implementação da tecnologia de gestão de energia bidirecional permite, por exemplo, não só fornecer energia a dispositivos externos através da tomada no compartimento de carga ou na tomada de carregamento por meio de um adaptador (V2L), como também enviar energia para a rede elétrica (V2G) ou carregar baterias de utilização doméstica numa habitação.
Como todos os veículos elétricos da gama, o Master foi projetado com base no Programa Human First da Renault, concebido para ajudar as equipas de emergência a intervir no veículo em caso de acidente. A terceira opção contempla uma versão de célula de combustível de hidrogênio H2, sem que a Renault adiante para já, uma previsão para a sua chegada ao mercado.
A eficiência é uma preocupação cada vez mais comum neste tipo de veículos, e levou a que o design da Master fosse determinado pela aerodinâmica. Como era demasiado grande para caber no túnel de vento, os testes foram efetuados com um modelo à escala de 83% do tamanho real. Isto permitiu alcançar a melhor eficiência da categoria, independentemente do motor utilizado, reduzindo o coeficiente de arrasto em 20%, as emissões de CO2 em 39 g/km e o consumo de combustível em 20% em comparação com a Master atual.
As novidades verificam-se também na cabine, com um interior completamente novo. O tabliê tem agora uma forma curvilínea para aumentar o espaço a bordo, onde se destaca o ecrã de info-entretenimento com 10 polegadas, comum a toda a gama, e a deslocação da alavanca de velocidades para uma posição mais elevada junto ao painel. O novo Master também se converte num escritório móvel com a capacidade dos espaços para guardar objetos aumentada até 135 litros. O encosto do banco do meio transforma-se numa mesa, e debaixo do banco existe um compartimento para guardar um computador portátil. Várias tomadas USB-C permitem alimentar todos os dispositivos eletrónicos. Existem ainda várias opções de bancos: suspensos, giratórios, bancos individuais e três versões corridas.
Este é o Renault Master mais seguro de sempre. Para além do sistema de travagem dinâmica electro-assistida que mantém a eficiência e sensibilidade, independentemente da carga, melhora a recuperação de energia para as versões elétricas, e oferece nada menos que 20 dispositivos de assistência ao condutor para proteger tanto os ocupantes como peões e ciclistas. Destacam-se o Assistente de Estabilização de Impacto Lateral, a Travagem Automática de Emergência (AEBS) e o Trailer Assist, que monitora a estabilidade ao circular com reboque atrelado. Conta ainda com o Intelligent Speed Assist, que ajuda o condutor a respeitar os limites de velocidade.
O info-entretenimento é assegurado pelo sistema OpenR Link de série em toda a gama, com um ecrã de 10” e compatibilidade com Android Auto e Apple CarPlay, com conectividade sem fios. O sistema OpenR Link integra ainda os serviços Google: baseado no Android Automotive OS 12, disponibiliza Google Maps para navegação, aplicações através do Google Play podendo ser associado uma conta Google ao perfil do utilizador. No caso dos modelos elétricos, existem ainda funções adicionais, como o The Electric Route Planner que permite programar os carregamentos. Por fim, existe ainda a aplicação My Renault, que disponibiliza funcionalidades como a localização do veículo em tempo real, e permite o acompanhamento do respetivo programa de manutenção. Durante os primeiros cinco anos as atualizações remotas são disponibilizadas gratuitamente.
Com a chegada prevista para o segundo trimestre de 2024, o novo Renault Master volta a demonstrar potencial para continuar a ser o líder de mercado na Europa, mas também um forte concorrente em outras latitudes onde está presente.
