Quais vão ser as alternativas mais baratas para descarbonizar os camiões em 2030?

01/12/2023

Análise do International Council on Clean Transportation apurou a evolução dos custos de utilização de camiões com diferentes tipos de combustível daqui a sete anos.

 

Os camiões ​​são uma das principais fontes de emissões de CO2 nas estradas europeias, em grande parte devido à proliferação dos motores Diesel.

Atualmente estão a ser consideradas diferentes alternativas de descarbonização para os veículos pesados. No entanto, estas tecnologias ainda são encaradas com reticências, designadamente pela questão dos custos que podem representar para organizações que fazem da estrada o seu trabalho diário.

A pensar nisso, os especialistas do ICCT, o Conselho Internacional de Transportes Limpos (International Council on Clean Transportation), foram fazer contas para perceber quais seriam as alternativas mais acessíveis e mais dispendiosas.

A análise do ICCT levou em consideração o custo de propriedade das diferentes classes de camiões na Europa, tomando como referência o custo de aquisição, os preços médios dos combustíveis, os custos de manutenção, os impostos e as portagens médias nas estradas europeias. Tudo isto, tendo em mente o ano de 2030 para examinar até que ponto as diferentes alternativas são reais e viáveis.

Foram considerados camiões de diferentes portes e utilizações, para entregas nas cidades e regionalmente, além de camiões com reboque, mais pesados ​​e que operam em longas distâncias, incluindo viagens transfronteiriças.

As principais conclusões do estudo indicam que:

Os camiões elétricos a bateria são os que oferecem uma descarbonização com menores custos para a maioria das classes de camiões antes de 2030. As suas despesas operacionais mais baixas em relação ao Diesel compensam o seu custo inicial mais elevado.

Segundo esta análise, espera-se que os camiões movidos a hidrogénio verde se tornem competitivos em termos de custos com os camiões a gasóleo até 2035.

Os camiões equipados com um motor de combustão convencional alimentado por combustíveis alternativos com baixo teor de gases com efeito de estufa, como óleo vegetal hidrotratado (HVO), e-diesel (Diesel sintético) e gás natural biocomprimido (bio-GNC), enfrentarão desafios para igualar o desempenho económico dos camiões a gasóleo, indica este estudo. Até 2030, prevê-se que o seu TCO seja 15% a 45% superior ao dos seus homólogos com emissões zero (BEV).

Os autores do relatório referem ainda que os pesados de mercadorias que utilizam motores de combustão interna a hidrogénio podem não corresponder ao desempenho económico dos seus homólogos com emissões zero ou a gasóleo. No entanto, a longo prazo, espera-se que registem um TCO menor do que os camiões convencionais movidos a e-diesel e bio-GNC.