Figura de relevo no universo da tecnologia, Wozniak tem sido um grande defensor das potencialidades da condução autónoma de nivel 5, ou seja, aquela que dispensa, por completo, a intervenção do condutor ou, sequer de um humano no seu interior.
No entanto, tendo observado os primeiros passos desta tecnologia nos últimos anos, Wozniak entende que o melhor é desenvolver sistemas que assistam os condutores na sua atividade e não sistemas que assumam por completo aquelas tarefas.
Durante uma conferência da J.D. Power, em Las Vegas, o perito tecnológico referiu ao site Automotive News que seria mais indicado que se trabalhasse em soluções de complemento ao condutor e não na autonomia de nível 5.
“Dei um passo atrás nessa ideia do nível 5. Desisti verdadeiramente. Nem sei se irá acontecer durante a minha vida”, é citado Wozniak naquele site, considerando que os veículos autónomos sair-se-iam melhor se “modificássemos as estradas e tivessemos algumas secções bem mapeadas e mantidas limpas de detritos, se nada de pouco habitual acontecesse e se não existissem obras na estrada”.
Além disso, Wozniak criticou, de certa forma, as falsas expectativas criadas em muitas pessoas, que acreditavam ser já possível andar num carro sem condutor e com destreza.“O que fizemos foi enganar as pessoas para que pensassem que este carro [autónomo] ia ser como um cérebro humano e ser realmente capaz de fazer novas coisas e dizer ‘aqui está algo que nunca vi antes, mas sei o que se está a passar e é assim que devo enfrentá-lo’”, acrescentou, recordando que, por oposição às máquinas, “um humano consegue fazê-lo”.
Ainda assim, confessa que já andou num veículo autónomo, em Las Vegas, na famosa ‘strip’ central da cidade, através da Lyft, que em parceria com a Aptiv transformou uma série de BMW para darem boleias naquela zona.